Os contos de Ferréz: das relações entre a nova literatura marginal e o rap

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Bautz, Diego Kauê
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/180668
Resumo: Busca-se, neste trabalho, reconhecer proximidades estruturais e temáticas entre o conto de Ferréz e o rap nacional, rastreando possíveis influências do princípio ético característico das produções periféricas e do lugar de enunciação desses artistas para, finalmente, analisar as marcas de oralidade nos contos ferrezianos em suportes impressos e eletrônicos. Para que tais objetivos fossem alcançados, as reflexões de Bakhtin (1990) (2011) sobre as relações entre texto e contexto ajudaram a pensar as produções periféricas inseridas na nova literatura marginal e na cultura do hip-hop; as ideias de Cortázar (2006) acerca do conto colaboraram para avaliar a produtividade de recursos do rap nacional inseridos nesse gênero literário; e os estudos de Ong (1998) sobre a “psicodinâmica da oralidade” permitiram reconhecer e analisar as marcas do pensamento fundados na oralidade presentes nos textos analisados. Então, observando que os contos de Ferréz se aproximam temática e formalmente ao rap nacional pela utilização de rimas, repetições, reiterações e de um tom combativo para abordar problemas sociais do mesmo contexto, se compreendeu a semelhança entre as funções de um MC e do narrador ferreziano como cronistas participantes de uma disputa simbólica. Parece, no entanto, haver uma oscilação entre a subversão e a apropriação dos valores hegemônicos que se relaciona com a questão do princípio ético das produções periféricas confrontado pelas concepções estéticas mais tradicionais. Sendo assim, a valorização da palavra falada como uma espécie de arma, notada tanto nos raps quanto nos contos de Ferréz, indica uma concepção da palavra como elemento estratégico de fortalecimento do grupo e, portanto, a ideia de que uma escrita mais articulada ao coletivo e menos à voz de um artista criador seja mais eficiente neste contexto.