A saliva como material biológico no diagnóstico de SARS-CoV-2

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Silva, Emily Thalia Teixeira da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11449/253391
Resumo: O SARS-CoV-2 se tornar um problema de saúde pública global, ficou estabelecido mundialmente que o padrão-ouro para diagnóstico do novo coronavírus seria a Reação em Cadeia Polimerase (PCR) de amostras de swab do trato respiratório superior (TRS). Em meados de 2021, o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu (HC-FMB) implantou um método de monitoramento utilizando amostra de saliva para o diagnóstico de COVID-19, denominado “Pool de Saliva”. Trata-se de um método de triagem para assintomáticos, na qual amostras de salivas são agrupadas e passam por processo detecção de genes virais de SARS-CoV-2. O método mostrou-se útil durante a pandemia da COVID-19 e devido a várias vantagens com relação a coleta por swab, o objetivo deste trabalho foi determinar a viabilidade e confiabilidade da substituição de swab por saliva para a detecção de SARS-CoV-2 em sintomáticos por PCR em tempo real, objetivando a implementação de novo método de coleta para o diagnóstico de COVID-19 no HC-FMB. Para o processo de validação, foi realizado a correlação de Spearman para a verificação de equivalência quantitativa entre a coleta de saliva e de swab. A concordância entre os métodos também foi avaliada utilizando o teste de Bland-Altman, verificando os cycle thresholds (CT). Adicionalmente, foi aplicado o teste de Wilcoxon para comparação das medianas de CT entre swab e saliva e teste de Dunn’s na avaliação da interferência da matriz amostral. Teste de Qui-quadrado foi aplicado com o propósito de avaliar a associação entre parâmetros vacinais versus CTs obtidos para saliva e testes de limite de detecção para os dois métodos de coleta também foram realizados. Os resultados revelaram que, para fins diagnósticos na detecção de SARS-CoV-2, as coletas por saliva e swab apresentaram alta concordância qualitativa de resultados (96,96%), no entanto, em relação a carga viral (avaliação quantitativa), estes métodos apresentam fraca concordância. Em contrapartida, a avaliação da interferência da matriz amostral mostrou que a saliva apresenta menor interferência no diagnóstico em relação ao swab. Adicionalmente, o teste dos limites de detecção mostrou equivalência quanto a sensibilidade para os dois métodos de coleta. O estudo também mostrou ainda que o indivíduo vacinado não tem a detecção viral prejudicada em um diagnóstico de COVID-19 por nenhum dos dois métodos avaliados. Além disso, a eficácia da vacina, no que diz respeito ao controle da carga viral, não tem relação com as estratégias de ação de cada imunizante. Finalmente, a saliva em comparação ao swab se mostrou menos dispendiosa financeiramente exigindo menor utilização de materiais plásticos, o que a torna mais sustentável. Contudo a utilização da saliva mostrou-se em potencial na substituição do método de coleta por swab, tanto pela equivalência de resultados, quanto em relação a custos e sustentabilidade.