Memória em processos cognitivos: percepção e organização da estrutura musical no repertório do século XXI

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Silva, Ricardo Tanganelli da [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11449/255194
Resumo: Durante o ato de escuta de uma música, os processos cognitivos ligados à memória são estimulados de diversas maneiras, com o ouvinte podendo atribuir significados e contextos específicos às informações sonoras recebidas. Em um escuta analítica, a atribuição de rótulos que visavam a uma segmentação das partes que compõem uma música foi, por muito tempo, uma ferramenta amplamente utilizada por músicos e teóricos, especialmente durante o período da denominada prática comum da música tonal ocidental. No entanto, em diversas tendências composicionais pós-Segunda Guerra Mundial, as problemáticas cognitivas da estrutura musical foram evidenciadas a partir de novas formas de relacionamento com a memória veiculadas pelas obras musicais pós-tonais, na qual vários paradigmas da música tradicional de concerto foram diluídos ou abandonados, suscitando novas abordagens analíticas perante o fenômeno sonoro. Dentre as propostas de análise musical surgidas no final do século passado, o modelo denominado cue abstraction, proposto por Deliège e Deliège e Mélen em escritos desde o final dos anos 1980, parece favorecer uma escuta que considera a percepção de mudanças no tecido sonoro como principal balizadora dos pontos estruturais de uma composição. Assim, esta pesquisa propõe uma abstração teórica ao aplicar este conceito segundo os resultados obtidos pelos autores nos artigos selecionados à um repertório do século XXI que apresenta preceitos técnicos e estéticos diversos, a fim de especular quais tipos de saliências musicais podem ser extraídas em uma escuta, observar suas suas características e comportamentos, e procurar entender como elas se relacionam com os diversos tipos de memória.