Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Azevedo, Igor Henrique Freitas [UNESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/151419
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Resumo: |
Acanthaceae, com cerca de 4750 espécies, apresenta grande diversidade no Brasil e no mundo, e a tribo Ruellieae é a menos estudada, apesar de representar cerca de 25% da família. Alguns autores levantaram informações importantes sobre a sistemática e filogenia do grupo, a partir de dados morfológicos das sementes. Assim, objetivou-se aqui analisar a morfologia de sementes de espécies de Ruellieae do Brasil e suas implicações taxonômicas, filogenéticas e ecológicas. A análise se deu por meio de diferentes técnicas de microscopia: estereomicroscopia, microscopia de luz e microscopia eletrônica de varredura. Foram ainda utilizados dados de morfologia de frutos e distribuição geográfica e hábitats das espécies para discussão. Foram amostrados cinco dos seis gêneros de Ruellieae ocorrentes no Brasil, dois quais um não apresentava material em estado ótimo para análise morfológica completa. O maior desses gêneros, Ruellia, foi o melhor amostrado (57 espécies), seguido de Dyschoriste (10), Hygrophila (3) e Trichanthera (1). Foram incluídos, ainda, gêneros de Ruellieae que não ocorrem no Brasil e de outras tribos, para comparação, totalizando 77 espécies de Ruellieae e 80 espécies de Acanthaceae. De Ruellia, foram amostrados os 10 clados infragenéricos que ocorrem no Brasil e 11 dos 12 totais do gênero. Observou-se para a tribo frutos capsulares de deiscência explosiva, com retináculos em forma de gancho (típicos da subfamília Acanthoideae), importantes para a autocoria dessas espécies, assim como o formato discoide das sementes. Foram detectados os tricomas higroscópicos mucilaginosos nas sementes, que são referidos como sinapomorfia para Ruellieae, importantes para a germinação, proteção e dispersão das mesmas. Dos caracteres observados, os mais importantes para caracterização e diferenciação dos grupos estudados foram: formato dos frutos, número de óvulos/sementes por fruto e distribuição e formato dos tricomas nas sementes, assim como número de espessamentos secundários dos mesmos. A maior aplicabilidade desses dados se deu entre gêneros e entre os clados infragenéricos de Ruellia, permitindo uma clara diferenciação e caracterização da maioria dos grupos. Dentro dos outros gêneros estudados, a morfologia observada foi menos informativa, entretanto, para Trichanthera, a estrutura saculiforme envolvendo cada uma das sementes foi aqui descrita de forma inédita. Com a amostragem realizada, foi possível determinar a perda parcial de tricomas nas sementes como um caráter sinapomórfico para uma das duas grandes linhagens de Ruellia neotropicais, na qual os clados infragenéricos são facilmente diferenciados com base na morfologia levantada. Os tricomas higroscópicos e mucilaginosos das sementes de Ruellieae estão relacionados a diferentes aspectos ecológicos das espécies, exercendo papel importante na retenção de água, germinação, proteção contra diferentes fatores externos e dispersão secundária. Com base nos dados morfológicos levantados e em dados de hábitat e distribuição geográfica, é possível afirmar que a hidrocoria e epizoocoria secundárias exercem um papel ocasional, porém importante na dispersão a médias e longas distâncias de Ruellieae, inclusive transatlântica. |