Sucessão e rotação de culturas em sistema de semeadura direta: implicações na emissão de CO2 e atributos do solo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Xavier, Clariana Valadares [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/180832
Resumo: Em áreas agrícolas, a emissão de CO2 do solo (FCO2) é um processo decorrente da interação de diversos fatores, tais como as condições de solo e clima. A adoção das práticas de manejos do solo e da cultura determina a intensidade desse processo. Embora os efeitos das atividades agrícolas sobre a FCO2 serem reportados em vários estudos, ainda existe uma escassez de trabalhos que avaliem conjuntamente o efeito dos atributos físicos, químicos e biológicos do solo sob a FCO2 em sistema de semeadura direta estabelecido por mais de 16 anos. Assim, a hipótese deste estudo baseia-se no fato que às culturas de verão e entressafra em sistema de semeadura direta, ao fornecer diferentes aportes residuais, afetam os atributos do solo refletindo na variabilidade da emissão de CO2. Objetivou-se quantificar e caracterizar a relação da emissão de CO2 com os atributos físicos, químicos e microbiológicos do solo, bem como na variação temporal do gás ao final do ano agrícola 2015/2016, em área sob sistema de semeadura direta com rotação de culturas consolidado por mais de 16 anos. Para o estudo foi adotado o delineamento experimental em faixas, com três repetições. Os tratamentos foram constituídos pelos resíduos da colheita de três sequências de culturas de verão (rotação soja-milho, monocultura de milho e monocultura de soja), com cinco culturas de entressafra (milho, sorgo, crotalária, guandu e milheto). Ao final da colheita destas culturas foram avaliadas a FCO2, a temperatura e a umidade do solo ao longo de um período de 51 dias. Após estas avaliações foram realizadas coletas de solo, na profundidade de 0-0,10 m e 0,10-0,20 m para a determinação dos atributos físicos, químicos e biológicos do solo. Por meio da análise multivariada observou-se que a caracterização do padrão da FCO2 e dos demais atributos do solo, em função dos manejos com os resíduos das culturas de verão e de entressafra, difere de acordo com a camada analisada. Na camada de 0,10-0,20 m, não houve diferença entre os manejos estudados; porém, ao avaliar a camada superficial (até 0,10 m), os teores de argila, matéria orgânica, soma de bases, carbono da biomassa microbiana, a atividade enzimática da desidrogenase e amilase, além do grau de humificação da matéria orgânica, contribuíram para caracterizar às diferenças na emissão de CO2. Desta forma, a variação na emissão é mais influenciada pela microbiota e pelos manejos na camada superficial do solo. Quando analisada a variação temporal da FCO2, temperatura e umidade do solo, observou para a FCO2 efeito significativo da interação entre o tempo e às sequências das culturas de verão (F = 1,44; p = 0,02), bem como do tempo com às culturas de entressafra (F = 2,26; p < 0,01). Para a Usolo (F = 1,83; p < 0,01) e Tsolo (F = 1,32; p = 0,01) houve interação tripla entre às sequências das culturas de verão, às culturas de entressafra e ao longo do tempo. A variação temporal da FCO2 foi relacionada à sua maior sensibilidade às alterações na umidade do solo, independentemente do manejo avaliado. Entretanto, não se observou relação significativa entre a emissão de CO2 e a temperatura do solo.