Potencial toxicogenômico e carcinogênico de efluentes da indústria têxtil e dos corantes Disperse Red 1 e Disperse Blue 291 em roedores

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Fernandes, Fábio Henrique [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/148643
Resumo: As consequências da poluição ambiental não se limitam a danos ao ambiente, mas também atingem diretamente a saúde humana. Recentemente, a Organização Mundial de Saúde divulgou que um terço da população mundial não tem acesso a água potável e, mesmo quando existe, há o perigo desta conter poluentes nocivos à saúde, e que não foram totalmente eliminados após as etapas de tratamento. Nesse contexto, os possíveis efeitos toxicológicos dos resíduos dos compostos corantes descartados pela indústria têxtil em rios que abastecem cidades vêm sendo investigados, na tentativa de eliminar, ou mesmo reduzir, os riscos para as populações expostas. Assim, este estudo foi delineado com o objetivo de avaliar o potencial carcinogênico de amostras de água sob a influência de atividades têxteis (água do Ribeirão Quilombo – RQ – e do efluente tratado da Estação de Tratamento de Esgoto – ETE – de Americana, SP) em cólon de ratos e o potencial toxicogenômico dos corantes sintéticos Disperse Red 1 (DR1) e Disperse Blue 291 (DB291) em células de medula óssea, sangue periférico, fígado e rins de camundongos. Foi também investigado o potencial tóxico-reprodutivo do DR1 em células germinativas de camundongos. Os resultados mostraram que a exposição crônica às amostras de água do RQ e do efluente tratado da ETE não induziram lesões pré-neoplásicas no cólon de ratos, mas foram detectados sinais de hepatotoxicidade. Em relação aos corantes DR1 e DB291 foi observado aumento na frequência de micronúcleos em células de medula óssea. Em concentrações semelhantes às detectadas nos corpos fluviais, apenas o corante DR1 apresentou potencial toxicogenético, tanto pela indução de danos primários no DNA de células hepáticas, como na regulação positiva de genes que promovem bloqueio da apoptose (BCL2 e BAX – sangue), inflamação (IL1B - fígado) e controle do ciclo celular (CDKN1A - fígado). Em células germinativas, além de alterações na morfologia do espermatozoide e redução da integridade do DNA, o DR1 induziu aumento de danos no DNA em células do testículo de camundongos. Concluindo, os dados mostraram que a exposição aguda a corantes têxteis induz alterações genéticas tanto em células somáticas como germinativas. Essas informações alertam para a necessidade de regulamentação mais rígida para o descarte de corantes sintéticos, sobretudo em regiões de abastecimento de água para o consumo humano.