Ecos do bucolismo camoniano em Cláudio Manuel da Costa

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Silva, Tânia de Assis [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/214754
Resumo: A presente pesquisa pretende avançar e aprofundar o estudo sobre o eco bucólico das obras poéticas camonianas que, supostamente, ressoa na poesia do árcade brasileiro Cláudio Manuel da Costa. O objetivo é demonstrar uma interface entre os poetas Luís Vaz de Camões e Cláudio Manuel da Costa, pela temática do bucolismo. Numa leitura diacrônica, partindo do pressuposto de que ainda que Camões esteja distante no tempo do poeta árcade, é possível aproximá-lo deste pelo viés do ideal de vida para o homem. A referida aspiração se norteia, nestas leituras, pelo texto bíblico e pelos textos literários, referentes ao bucolismo, atando bucolismo greco-latino e bucolismo judaico-cristão, em suas produções poéticas. Isto é possível considerando os aspectos mitológicos que se assemelham, tais como a paz almejada no mito da Idade de Ouro que também é o motivo de anseio pelo advento messiânico, na crença judaico-cristã, devido à promessa de restauração da aura idílica. No que se refere ao bucolismo, a constatação se torna provável por meio da intertextualidade, mais especificamente usando o recurso da alusão, cujo entretecer dos textos permite perceber que em Camões a natureza é o elemento no qual pode refletir suas alegrias e tristezas, saudades e decepções. Assim o encantamento da natureza acontece num processo de reciprocidade em que ela inspira o poeta que lhe retribui com cantos da alma, momento em que o bucolismo aflora. Já em Cláudio Manuel da Costa, o lirismo bucólico nasce do encanto pelos valores da terra natal e do anseio de civilizar a colônia por meio do refinamento literário em que o poeta se volta para os moldes clássicos, cujos traços norteadores representam grande legado no fazer poético do árcade brasileiro. De forma semelhante, esta herança clássica também pode ser percebida em Camões quando se concebe uma relação dialógica entre os textos poéticos. O corpus da pesquisa conta com embasamento teórico de autores como Antonio Candido, Alfredo Bosi, Domício Proença Filho, Ernest R. Curtius, Gilberto Mendonça Teles, Gilbert Highet, Mário Faustino, Sérgio Alcides, Laura de Mello e Souza, Maria do Céu Fraga entre outros autores envolvidos no diálogo referente aos temas representativos do Arcadismo como o bucolismo e a revisitação ao universo da poesia clássica bucólica. A retomada às concepções bucólicas da Antiguidade contempla a aproximação estética entre a poesia árcade e a camoniana, especialmente no tocante aos sonetos selecionados de Cláudio Manuel da Costa e de Luís Vaz de Camões. A seleção dos poemas a serem analisados será feita a partir das obras Poesia completa, de Cláudio Manuel da Costa (in A poesia dos inconfidentes, organizada por Domício Proença Filho), e a Lírica Completa, de Luís de Camões.