Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Assumpção, João Henrique Maia |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/152409
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Resumo: |
A própolis é uma substância de origem natural, de aspecto resinoso, produzida pelas abelhas a partir de diferentes plantas, que determina a sua composição química. Centenas de componentes foram identificados em diferentes amostras de própolis, cujo extrato exerce uma diversidade de efeitos biológicos e farmacológicos. Alguns estudos demonstraram que este produto pode interferir em vias de sinalização de oncogenes, inibir o crescimento, reduzir a proliferação celular, induzir apoptose e apresentar efeito antiangiogênico. O câncer de mama é uma doença complexa, caracterizada por heterogeneidade em nível molecular, histológico e clínico. O câncer de mama triplo-negativo é caracterizado pela ausência de expressão dos receptores hormonais ER (receptor de estrogeno) e PgR (receptor de progesterona), bem como pela baixa expressão da proteína Her-2; esse subtipo de câncer de mama é um problema do ponto de vista clínico devido ao seu pior prognóstico quando comparado aos outros subtipos, alta agressividade e ausência de terapias que possuam alvos específicos. Estudos prévios demonstraram que os compostos de origem natural podem inibir a atividade de enzimas da maquinaria epigenética, como as DNA metiltransferases e, consequentemente, aumentar a expressão de genes supressores de tumor silenciados por hipermetilação no câncer. Portanto, o presente estudo investigou a hipótese de que os efeitos antitumorais da própolis são, em parte, mediados por mecanismos epigenéticos. Primeiramente, utilizou-se a abordagem in silico de docking molecular a fim de verificar se moléculas derivadas da própolis podem interagir com o domínio metiltransferase (MTase) da DNMT1 (DNA metiltransferase 1) humana. O ligantes foram selecionados a partir da composição química definida de uma amostra de própolis brasileira contendo: benzil benzoato, ácido cafeico, CAPE (éster de ácido cafeico), ácido dihidrocinâmico, (2E,6Z)-farnesol, ácido ferúlico, kaempferide, ácido p-cumárico, ácido hidrocinâmico e espatulenol. Foram selecionados 3 programas para as predições de docking molecular: AutoDock 4.2, Dock 6.7 e SwissDock . As estruturas químicas dos ligantes foram obtidas no banco de dados PubChem e o modelo cristalográfico da DNMT1 humana em complexo com S-adenosil-homocisteína (SAH) (PDBID:4WXX) foi utilizado como receptor, onde foi definido uma área de interesse no sítio de interação de SAH ao domínio MTase (resíduos de aminoácidos 1135-1605). As conformações calculadas foram agrupadas em clusters usando Gromacs. O programa LigPlot + para verificar os contatos com os resíduos de aminoácidos de DNMT1. Adicionalmente, analisamos a inibição da atividade da metilase M.SssI na presença de EEP (extrato etanólico de própolis), EGCG (epigalocatequina-3-galato) e ácido p-cumárico, bem como o efeito do tratamento in vitro com EEP , EGCG e três ácidos aromáticos (cafeico, hidrocinâmico e p-cumárico). A viabilidade celular foi determinada pelo ensaio de MTT [(3- (4,5-dimetiltiazol-2-il) -2,5-difeniltetrazólio]; a análise de MS-PCR (Methylation-Specific Polymerase Chain Reaction) foi realizada para verificar a possível efeito hipometilante do ácido p-cumárico, EGCG e EEP em 3 linhagens celulares de câncer de mama. Os nossos resultados de docking indicaram que CAPE, (2E,6Z)-farnesol e o ácido p-cumárico foram os ligantes que apresentaram energias de ligação mais favoráveis, melhor ocupação do sítio de ligação e interações químicas comuns com o complexo SAH-DNMT1. O EEP reduziu a viabilidade celular das linhagens BT-20 e BT-549, enquanto o ácido p-cumárico e EGCG reduziram a viabilidade de todas as linhas celulares estudadas, de um modo dose e tempo dependentes. Tanto o EGCG como o ácido p-cumárico foram incapazes de inibir a metilase M.SssI; porém, os resultados da MS-PCR demonstraram que o EEP é capaz de induzir hipometilação locus-específica nas linhagens BT-549 e MDA-MB-436. EGCG também foi capaz de hipometilar as linhagens BT-549 e MDA-MB231. Em conclusão, a análise de docking molecular mostrou evidências de que os compostos derivados de própolis brasileira podem interagir com o sítio de ligação de SAH no domínio metiltransferase da DNMT1 humana e devem ser considerados em estudos futuros dedicados à identificação de novas drogas para a terapia epigenética. |