Análise do conteúdo gênico e expressão diferencial de variantes do cromossomo B em Psalidodon (Teleostei, Characiformes)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Vidal, Mateus Rossetto [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/234376
Resumo: Cromossomos B são elementos supranumerários do genoma de eucariotos, com diversos aspectos ainda incógnitos. Apesar de sua composição pobre em genes codificadores de proteínas, a descrição de transcritos provenientes destes elementos vem alterando a visão de que são estruturas inertes no genoma. Dentre os peixes do gênero Psalidodon, uma grande diversidade desses elementos pode ser observada, com a ocorrência de micro a macro cromossomos B com diferentes morfologias. Estudos anteriores demonstram a ocorrência de pelo menos 21 genes nos cromossomos B de Psalidodon paranae e Psalidodon scabripinnis, sendo que ambas as espécies possuem maior presença de cromossomos B em fêmeas, o que sugere sua atuação nas vias de diferenciação do sexo. Desta forma, o presente estudo visou investigar o conteúdo gênico da variante BfMa de Psalidodon fasciatus para testar a hipótese de origem comum com outras variantes no gênero, bem como investigar se a presença de cromossomos B leva à expressão diferencial de genes da via de diferenciação do sexo em P. paranae. Para isso, foram coletados e analisados indivíduos de P. paranae e P. fasciatus e as análises de qPCR permitiram identificar oito genes codificadores de proteína na variante BfMa de P. fasciatus (amhr2, ccpg1, cia30, g2e3, msh4, nobox, nusap1, sbno2), sendo que seis destes já foram descritos na variante BfMb da mesma espécie. Dessa forma, é altamente provável que ambas as variantes possuam uma origem comum e se diversificaram ao ponto de perder ou adquirir genes exclusivos. Ainda, devido ao compartilhamento de cinco genes entre os cromossomos B de Psalidodon já analisados, pode-se concluir que a variante BfMa também compartilha de uma origem comum com as demais variantes do gênero ocorrida há cerca de 4 milhões de anos e que sua origem não se deu por hibridação interespecífica recente. As análises de RT-qPCR em gônadas de P. paranae mostraram a expressão diferencial de três genes em fêmeas (cyp19a1a, esr1 e nobox) e de dois em machos (dmrt1 e nobox). A subexpressão dos genes cyp19a1a e esr1 em fêmeas poderia ser reflexo de um processo de desregulação causado pelo cromossomo B, ou uma resposta do genoma A para neutralizar o genoma B, ou ainda um possível efeito funcional destes cromossomos, que levaria a uma distorção do período reprodutivo. A superexpressão do gene nobox poderia refletir a existência de um mecanismo de acúmulo destes cromossomos, determinando uma maior eficiência no processo de oogênese e um maior sucesso reprodutivo para fêmeas +B. Em machos, a superexpressão do gene dmrt1 poderia causar uma alteração do ciclo reprodutivo dos indivíduos, como já foi verificado ocorrer em P. scabripinnis por outros autores.