Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Teodoro, Sarah de Souza Alves [UNESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/153757
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Resumo: |
O camarão-rosa Farfantepenaeus paulensis é um dos mais importantes recursos pesqueiros da costa sul-sudeste do Brasil. Os fundos de pesca da espécie incluem dois estoques reprodutivos principais, localizados nas costas dos estados de Santa Catarina e São Paulo. A espécie apresenta ciclo de vida do tipo II, com uma fase reprodutiva no ambiente marinho e recrutamento juvenil em áreas estuarinas e baías. O conhecimento sobre o fluxo gênico entre estoques é a base de todo o ordenamento pesqueiro, uma vez que unidades genéticas podem apresentar características particulares e, normalmente, necessitam de estratégias específicas de manejo. Porém, há poucas informações que podem servir de subsídio para verificar se os diferentes estoques pesqueiros de F. paulensis também representam estoques genéticos distintos. O crescimento desordenado da frota industrial, o incremento da pesca artesanal nas áreas de criadouro, somado à pequena eficácia da legislação pesqueira, associados à ineficiência da fiscalização, levaram a um cenário de colapso da pescaria do camarão rosa no fim dos anos 90. Um melhor entendimento da estruturação genética das populações de F. paulensis é necessário, não somente pelo seu alto valor comercial e ecológico, mas também para permitir a implementação de medidas de manejo mais efetivas. Assim, o presente trabalho buscou avaliar a estruturação genética das populações do camarão rosa F. paulensis ao longo de sua distribuição no Atlântico Sul Ocidental, utilizando como marcador molecular a Região Controle do DNA mitocondrial (D-loop) (Capítulo 1). Adicionalmente, pretendeu-se comparar as diversidades genéticas da população de F. paulensis na costa do Rio Grande do Sul, antes (1990) e depois (2012) do colapso pesqueiro (Capítulo 2). Foi detectada uma alta conectividade e ausência de estruturação genética entre as quatro populações (RJ, SP, SC e RS) de F. paulensis analisadas. Não houve diferenças significativas entre as localidades amostradas, o que foi reforçado pelas análises de Fst e AMOVA. As estimativas para as taxas de migração encontradas indicaram alto fluxo gênico entre os estados, assim como a existência de haplótipos compartilhados entre mais de uma região. Todos os resultados são consistentes com uma população panmítica de F. paulensis, com alta diversidade haplotípica e intenso fluxo gênico. Esse cenário resulta de uma interação complexa de diversos fatores, que vão da história natural evolutiva da espécie ao efeito de um gargalo genético causado pela sobrepesca. A região controle do DNA mitocondrial (D-loop) mostrou-se uma ferramenta útil no auxílio ao monitoramento genético de peneídeos explorados pela pesca. A alta variabilidade do mtDNA permitiu detectar diferenças genéticas significativas entre as populações de F. paulensis amostradas na costa do Rio Grande do Sul em uma diferença temporal de apenas 22 anos de diferença. Adicionalmente, também discutiu-se a importância da correta identificação e da preservação dos indivíduos utilizados em análises genéticas. O conhecimento obtido sobre a diversidade e a estrutura genética de F. paulensis, assim como a influência da pesca na população, será fundamental como parte dos subsídios científicos necessários para a tomada de decisões sobre um manejo adequado para o camarão-rosa. |