Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Vieira, Marina Roveri |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/182033
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Resumo: |
A leishmaniose é uma doença crônica, causada por parasitos flagelados do gênero Leishmania, podendo se apresentar nas formas clínicas, tegumentar (cutânea), mucocutânea e visceral (calazar). A doença é considerada negligenciada pela OMS, pois não existem até o momento métodos eficientes de tratamento e controle para a mesma. Os telômeros desse parasito são um dos potenciais alvos no desenvolvimento de novos fármacos para o combate dessa doença e, para tanto, é necessário o entendimento da biologia desta estrutura. Uma enzima de grande interesse para o estudo dos telômeros é a telomerase que é a responsável pela manutenção e elongação dessas estruturas nos terminais dos cromossomos. A manutenção dos telômeros não é unicamente regulada pelo complexo ribonucleoproteico (RNP) da telomerase, mas também por proteínas que se associam ao complexo e ao DNA telomérico, tornando a ação do complexo mais efetiva e estável. Até o momento, o complexo telomérico de Leishmania amazonensis é o melhor caracterizado dentre os tripanosomatídeos, porém pouco se sabe sobre a biogênese e a composição do complexo RNP telomerase deste parasito. HSP83, ortólogo da HSP90 humana em Leishmania é uma chaperona altamente conservada, dependente de ATP e expressa quando as células são submetidas a diferentes tipos de estresse estando envolvida em transdução de sinal, crescimento, diferenciação celular e sobrevivência. Também é de grande importância para patógenos humanos, em particular aqueles cujo ciclo de vida é transmitido por insetos e que sofrem com alterações ambientais tais como temperatura, pH, estresse oxidativo e privação de nutriente. Essa proteína tem sido relacionada com a estabilidade de alguns componentes teloméricos e consequentemente à estabilidade dos telômeros em diferentes eucariotos. Além disso, ela está envolvida no processo de diferenciação do parasito em formas amastigotas, na virulência do parasito e na sua sobrevivência no interior de macrófagos do hospedeiro. Um análogo da geldanamicina, inibidor de HSP90,o 17-allilamino-17-demethoxigeldanamicina (17- AAG), reduz a viabilidade intracelular de L. amazonensis e induz a produção de baixos níveis de moléculas pró-inflamatórias por macrófagos infectados. O presente trabalho teve como objetivos estudar a manutenção dos telômeros durante o ciclo de desenvolvimento do parasito e verificar se a HSP83 cumpre algum papel na regulação de componentes da maquinaria telomérica. Resultados aqui apresentados mostram que os telômeros e a atividade de telomerase do parasito sofrem regulação durante o ciclo de desenvolvimento e que possivelmente a HSP83 exerce alguma função na regulação da maquinaria telomérica, uma vez que ela faz parte do complexo ribonucleoproteico telomerase do parasito.Sobre a atividade da telomerase as três formas de desenvolvimento possuem atividade sendo que amastigota e metacíclica na temperatura de 37 °C e promastigora a 28 °C. A HSP83 além de possuir expressão diferencial entre as formas de vida do parasito, maior transcritos em promastigotas, possivelmente sofre mudanças pós-traducionais durante as passagens. Ensaios usando o fármaco 17-AAG mostram que a inibição de HSP83 induz encurtamento telomérico e inibição da atividade de telomerase nas formas promastigotas de L. amazonensis. |