Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Ferreira, João Vicente Hadich [UNESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/205056
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Resumo: |
A discussão proposta parte do alerta adorniano de que o imperativo primeiro de toda educação é o de que Auschwitz não se repita. Mais que um campo de extermínio nazista na Polônia, Auschwitz é o horror que nunca deveria ter acontecido. É a irrupção na história da barbárie perpetrada. Na dialética entre civilização e barbárie, Auschwitz é a regressão. Mas não é uma regressão que acabou. É a que se instalou. Nestes tempos sombrios, vivemos um continuum: do nazifascismo daquele momento chegamos ao fascismo do nosso tempo. No período do capitalismo tardio, as condições sociais vigentes, o processo de formação das subjetividades e a manipulação destas pelos mecanismos da propaganda fascista, de acordo com os frankfurtianos, confluíram para o estabelecimento da barbárie. Na atual conjuntura, de exacerbação do autoritarismo e de projetos autocráticos, a hipótese a se considerar é que temos uma atualização destes elementos sob a égide do neoliberalismo e do advento das Redes Sociais, além da potencialização da capacidade de manipulação das subjetividades dos existentes pelo uso dos algoritmos. Neste entendimento, a correlação entre o autoritarismo, o fascismo e o papel da educação, explicitados no título proposto de nossa tese, estreita-se na clássica premissa de Educação após Auschwitz formulada por Adorno. O problema se apresenta: é possível, ainda, educar numa civilização cujo legado tem sido a barbárie? Nosso problema é político. No contexto do problema, o objetivo se estabelece: refletir sobre a questão do fascismo, no sentido de se pensar a educação como condição de emancipação. Utilizamos como metodologia a pesquisa em fontes bibliográficas, especialmente os textos de Adorno (1965; 1995, 2015), Adorno e Horkheimer (1985), Hannah Arendt (2004b; 2010; 2011), Walter Benjamin (2012) e Guy Debord (1997), entre outros. Na organização dos estudos, estruturamos a tese da seguinte forma: Introito; Primeiros ensaios: preâmbulo; Capítulo I – La personalidad autoritaria: contexto e breve histórico de um estudo referencial; Capítulo II – Sobre a pesquisa dos frankfurtianos: a inadequação prévia com o aparato conceitual do marxismo e o papel da psicanálise na elaboração da Escala F; Capítulo III – Da dialética entre civilização e barbárie: do esclarecimento da razão e da atmosfera do fascismo; Capítulo IV – Repercussões da pesquisa na crítica ao fascismo: o continuum de Auschwitz; Considerações sobre o campo educativo: por uma educação emancipadora. Neste sentido, a proposta de uma educação emancipadora encaminha para a formação política, ou seja, uma educação que prepare para a vida política, no sentido do inter homines esse – “estar entre os semelhantes”. Diferentemente da esfera privada – espaço do cuidado, da proteção e do suprimento das necessidades da existência –, a esfera pública é lócus da política, o espaço da democracia e onde o homem é livre para agir e mudar a história e o mundo. Se a primeira referenda o amor à vida, em sua preservação, a segunda exige o amor ao mundo, pois o que está em jogo na política não é a vida individual, mas a existência humana. Neste contexto, o pensamento como autorreflexão, é condição necessária para evitar a banalidade do mal. |