O levante “Constitucionalista” de 1932 e a força da tradição: do confronto bélico à batalha pela memória (1932-1934)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Rodrigues, João Paulo [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/103139
Resumo: Esta pesquisa almeja, fundamentalmente, problematizar o levante de 1932 em São Paulo, bem como a emblemática memória criada acerca dele, sobretudo, nos dois primeiros anos que lhe são subseqüentes, com o intuito de demonstrar que, mediante a ausência de uma plataforma, de fato, revolucionária, a tradição regional erige-se como preeminente trunfo simbólico para a luta, sendo apropriada pela burguesia insurrecta, no sentido de pugnar por uma nova partilha do poder no cenário nacional. Tal apropriação apresenta diferenciadas nuances ao longo da conjuntura em apreço, mas é possível identificar, de modo nítido, dois eixos centrais. O primeiro, formulado ainda em meio às conspirações pela interventoria, associa o caráter aguerrido dos ancestrais paulistas ao presente do estado, acometido pela invasão “tenentista”, concitando, por conseguinte, a expulsão dos “estrangeiros”. Pouco depois, quando em outro patamar despontava o tema da Constituição, nova formulação ganharia corpo, sobrelevando não mais a tradição paulista de defesa do território, mas a condição histórica de militante vanguardeiro da formação da nação, atualizada na batalha pela lei. Encerradas as hostilidades, a memória não ficou alheia às investidas, culminando sintomaticamente na controversa vitória moral do levante. Não obstante, dado o vigor atual dessa memória, evidencia-se meridianamente que a apropriação do passado regional não se constituiu em uma quimera da classe dominante e que, a despeito da suposta revolução predominantemente popular e democrática, em 1932 estava em pauta uma luta no âmbito da elite bandeirante, a fim de implantar novas diretrizes ao país.