Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Brejão, Gabriel Lourenço |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
eng |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/154924
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Resumo: |
Os riachos da região Neotropical abrigam uma ictiofauna de pequeno porte, que frequentemente apresentam distribuições geográficas restritas e, em geral, são altamente dependentes da vegetação ripária para alimentação, abrigo e reprodução. A remoção da vegetação nativa da bacia hidrográfica está entre as modificações ambientais mais severas que afetam os ambientes aquáticos, de uma forma ainda pouco compreendida. Conhecer o histórico de desmatamento, em conjunto com a estrutura atual da paisagem, aumenta o poder das análises para avaliar os efeitos ecológicos do desmatamento. Além disso, os rumos distintos do processo de desmatamento podem afetar a composição e o funcionamento das comunidades de peixes de riachos. O rio Machado, em Rondônia, um importante tributário da bacia Amazônica, apresenta alta diversidade e endemismo, e um histórico recente de altas taxas de desmatamento e intensificação de uso do solo, que causam profundas alterações nos ambientes aquáticos. Sendo assim, o objetivo geral desta Tese foi compreender como o processo de desmatamento afeta a ictiofauna, usando a bacia do rio Machado como modelo. Para atingir esse objetivo, analisamos a relação entre a abundância das espécies de peixes com gradientes de tempo e extensão do desmatamento, para detectar quais espécies foram fortemente afetadas – positiva ou negativamente – pelo desmatamento (Capítulo 1). Conhecendo as respostas das espécies de peixes, determinamos como a composição e a estrutura da assembleia se relacionam com o tempo e a intensidade do desmatamento (Capítulo 2). E encerramos o estudo apresentando como os componentes ambientais influenciaram as taxas de substituição de espécies/atributos funcionais, considerando a idade do processo – ! desmatamento recente ou antigo (Capítulo 3). Em suma, encontramos que (1.) As populações de peixes apresentaram respostas distintas ao tempo e à extensão do desmatamento, considerando as estruturas taxonômica e funcional. As respostas negativas ocorreram em baixos níveis de desmatamento e pouco tempo após o impacto. Os limiares de resposta positivos de algumas espécies ao desmatamento extremo são tardios, não compensam a perda de taxons sensíveis e provavelmente contribuem para a homogeneização biótica. (2.) As perdas de riqueza e abundância das espécies de peixes sensíveis ocorreram sincronicamente com a perda de estrutura de hábitat, mas houve um atraso temporal no aumento dos indicadores de homogeneização de habitat e o aumento da riqueza e abundância das espécies tolerantes segue esse atraso. (3.) A substituição de espécies/atributos funcionais foi diferente do esperado pelo acaso, indicando que processos determinísticos estruturam esta assembleia de peixes. Apesar de encontrarmos alta substituição de espécies, a substituição de atributos funcionais foi menor do que a esperada pela substituição de espécies. Significa que temos comunidades taxonomicamente distintas, mas funcionalmente similares, sugerindo que a substituição de espécies ocorre principalmente entre espécies funcionalmente equivalentes. Em conclusão, ao adicionar a camada temporal para analisar os estágios iniciais das mudanças de uso do solo nesta região da Amazônia, foi possível observar a extrema sensibilidade da assembleia de peixes ao desmatamento. Ainda, é possível considerar peixes de riachos como um grupo bandeira a ser incluído em planejamentos de conservação, com o objetivo de minimizar os efeitos da perda de biodiversidade em escala regional. |