Quantidade, qualidade e proteção física do carbono do solo associado à remoção da palha de cana-de-açúcar no sudeste do Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Pimentel, Marcelo Laranjeira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/217148
Resumo: A remoção da palha da cana-de-açúcar (Saccharum sp.) tem sido considerada uma potencial fonte de energia para aumentar a produção de bioenergia, mas seus impactos na quantidade e qualidade da matéria orgânica do solo (MOS) permanecem pouco lúcidos. No entanto, pouco se sabe sobre como a prática de remoção da palha de cana-de-açúcar afeta a quantidade e estabilização do carbono orgânico do solo (COS) em ambientes tropicais. Foi conduzido um experimento em campo de cana-de-açúcar em blocos casualizados, incluindo tratamentos com diferentes taxas de remoção da palha: remoção total (RT), alta remoção (AR), baixa remoção (BR) e sem remoção (SR), cujas quantidades de 0, 5, 10 e 15 Mg ha-¹ de palha em massa seca foram mantidas sobre a superfície do solo, respectivamente. Os efeitos da remoção de palha em seis anos foram avaliados sobre os estoques de COS do solo e sua dinâmica temporal, bem como nas taxas de COS incorporado no solo via aporte cumulativo de palha. Investigou-se também o efeito da remoção da palha sobre as frações da matéria orgânica particulada (MOP) e associada aos minerais (MOAM) através do fracionamento físico da MOS, e como a palha afeta a distribuição de agregados, o conteúdo de COS dos agregados e a capacidade de preservação do carbono (CPC) nas frações de agregados em diferentes profundidades do solo. Os resultados demonstram que os teores de COS foram maiores sob BR e SR, com exceção da profundidade de 20-30 cm. Os estoques de COS também foram superiores sob BR e SR nas profundidades de 0-10 e 0-30 cm. Os dados indicam que cerca de 24% do C adicionado via palhada foi retido no solo, e a SR apresentou uma taxa de acúmulo de C de 1,42 Mg ha-¹ ano-¹. A baixa remoção de palha aumentou a MOP (46,2%) e MOAM (12,4%) na camada superficial do solo em relação à RT. A manutenção da palha no campo aumentou a proporção de macroagregados do solo, resultando em maiores quantidades de COS preservado nesta fração. SR e BR influenciam positivamente a estocagem de COS, aumentando a fração MOP da MOS e contribuindo para formação de macroagregados do solo, o que é essencial na proteção física do COS à decomposição microbiana. Nas condições deste experimento, a taxa de BR (isto é, 10 Mg ha-1 é mantido no solo, e 5 Mg ha-1 é removido para produção de bioenergia) foi suficiente para aumentar os estoques de COS, enquanto remoções acima desse limite induzem perdas de COS. Os resultados obtidos podem contribuir para a tomada de decisão sobre o manejo da palha para produção sustentável de bioenergia derivada da cana-de-açúcar no Brasil.