Expressão diferencial dos microRNAs miR319 e miR397 em cana-de-açúcar infectada por Xanthomonas albilineans

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Santos, Thiago Mateus Rosa dos [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/151240
Resumo: A cana-de-açúcar é acometida por uma doença conhecida por “escaldadura das folhas” causada pela bactéria colonizadora do xilema Xanthomonas albilineans, considerada uma das principais doenças que atingem a cultura da canade-açúcar. A sintomatologia na fase crônica se caracteriza, principalmente, pelo aparecimento de uma faixa branca ao lado da nervura central da folha, a qual evolui para clorose total causando a morte da planta. Uma vez que o patógeno pode ser transmitido de várias maneiras, o seu controle demanda altos custos. Desta maneira, o desenvolvimento de cultivares tolerantes é uma boa opção para o controle efetivo da doença. A tolerância e sensibilidade das plantas aos fatores bióticos está relacionada com a expressão de genes, e dentre estes, os miRNAs (incluindo o miR397 e o miR319) têm sido relatados como importantes reguladores em vários mecanismos de resposta das plantas. O objetivo deste trabalho foi analisar a expressão de dois miRNAs (miR319 e miR397) em duas cultivares de cana-de-açúcar (RB86-7515 - tolerante e SP78-4467 - suscetível), infectadas por uma linhagem de X. albilineans (IACXa11), considerada a mais virulenta do Brasil. Para isto, as plantas foram cultivadas em vasos, inoculadas com X. albilineans e mantidas em casa de vegetação. Amostras de folhas e colmos foram coletadas em cinco períodos (24, 72, 144, 360 e 720 h) e a expressão dos miRNAs foi analisada pela técnica de Stem-loop RT-qPCR. Os miR397 e miR319 apresentaram-se diferencialmente expressos nas cultivares e entre os tecidos. Na cultivar suscetível (SP78-4467), durante os primeiros períodos de infecção (24, 72 e 144 h), houve uma resposta tardia de defesa quando comparada com a cultivar tolerante (RB86-7515). O miR319 apresentou o mesmo perfil de expressão em folhas e colmos da cultivar RB86-7515 (tolerante), sugerindo que o reconhecimento do patógeno e a ativação dos mecanismos de defesa são modulados em ambos os tecidos. De maneira geral, as análises dos miRNAs demonstraram que a expressão do miR397 é menor quando comparada com o miR319. O mesmo padrão foi observado para os seus respectivos genes alvo. O miR397 regula a enzima lacase, importante na biossíntese de lignina. A repressão deste miRNA aumentaria a lignificação, sugerindo um mecanismo estrutural de resposta. O miR319 regula os fatores de transcrição (FTs) MYB e TCP, os quais são responsáveis pela sinalização de ácido abscísico (ABA) e ácido jasmônico (JA). A repressão destes hormônios vegetais desencadeia a sinalização por ácido salicílico (SA), o qual é responsável pela defesa contra patógenos hemibiotróficos, tal como X. albilineans.