Satisfações e insatisfações no trabalho de médicos do Programa Mais Médicos alocados no interior do estado de São Paulo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Rodrigues, Louise Lopes [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/190697
Resumo: Introdução: A Organização Mundial de Saúde recomenda uma razão de um médico para cada mil habitantes para que a população tenha um adequado acesso à saúde. Apesar de o Brasil possuir um número absoluto satisfatório de médicos, há no país uma distribuição desigual destes profissionais, com carência de médicos em comunidades remotas e vulneráveis, causando um grande impacto no bem-estar da população que ali se encontra e dificultando a universalização da saúde, como prevê os princípios do Sistema Único de Saúde. Diante disso, o Governo Federal criou, em 2013, o Programa Mais Médicos (PMM), com o intuito de suprir de forma emergencial a carência de médicos em regiões de difícil fixação dos mesmos. A literatura considera que o principal fator que leva um trabalhador a deixar uma organização é seu nível de insatisfação com a função que desempenha, o que também se faz verdadeiro na área da saúde. Sendo assim, podemos inferir que a insatisfação laboral do médico da Atenção Básica é um dos motivos da dificuldade de recrutá-los e fixá-los por um período mais longo. Objetivo: Este estudo se propõe a avaliar as satisfações e insatisfações no trabalho de médicos integrantes do PMM no município de Botucatu – SP, cidade universitária com elevado IDH e com razão médico-paciente de 6,25. Metodologia: Trata-se de pesquisa qualitativa, na qual foram feitas oito entrevistas semiestruturadas com médicos do PMM e uma entrevista com gestores da AB no município, as quais foram analisadas e categorizadas. Resultados: foram construídas as seguintes categorias:1. A visão da ESF; 2. A valorização de uma ESF desvalorizada; 3. Uma rede sem rede; 4. Entre os agendados e os pacientes com queixas agudas: a dificuldade de organizar o trabalho; 5. Bem-vindos porém passageiros; e 6. Nossos momentos de maior satisfação no trabalho. Destacou-se como fontes de insatisfação no trabalho a falta de prestígio do Médico de Família frente aos colegas médicos e pacientes; o grande volume de consultas de queixas agudas, que sequestram tempo de ações preventivas e consultas de rotina; dificuldades de encaminhamento de pacientes e a comunicação precária entre setores primário, secundário e terciário e a falta de perspectiva de crescimento profissional. Em contrapartida a boa receptividade das equipes e dos pacientes aos médicos do PMM; a construção da boa relação médico-paciente e a constatação de bons resultados diagnósticos e terapêuticos destacaram-se como fontes de satisfação no trabalho. Considerações finais: Observamos que a maioria dos médicos entrevistados foi surpreendida pelos desafios que a Atenção Básica traz, encontrando satisfação na relação médico-paciente porém sem o desejo de continuar trabalhando no setor primário.