A dinâmica Pós-Keynesiana da taxa de câmbio brasileira: um estudo sobre a aplicabilidade do modelo mental no Brasil entre 2001 e 2018

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Silva, Paloma Almeida [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/192516
Resumo: Em um ambiente de globalização financeira, a taxa de câmbio se coloca como uma variável de relativa importância para uma economia. A justificativa para isso está centrada no fato de que ela representa um dos principais preços relativos de uma economia e, portanto, estudos que buscam descobri a sua determinação, os seus movimentos e a sua dinâmica estão constantemente presentes na literatura econômica. A emergência sobre essa temática surgiu após o fim do acordo de Bretton Woods em 1973, no qual o seu fim resultou em mudanças na arquitetura do sistema monetário e financeiro internacional, modificando, entre várias coisas, o relacionamento dos países com as suas respectivas taxas de câmbio. Em alguns países o regime de câmbio flutuante foi adotado em detrimento do regime de câmbio fixo, e com isso as taxas de câmbio passaram a apresentar um comportamento altamente volátil, o que despertou a curiosidade sobre este fato. O comportamento volátil das taxas de câmbio somado a propagação da globalização financeira, ocasionou o processo de “financeirização” das taxas. Este processo estreitava a relação do câmbio com os fluxos de capitais de curto prazo, além de permitir ganhos especulativos com a variação cambial. Com essa nova realidade, alguns estudos emergiram com o objetivo de explicar a nova dinâmica cambial. É neste contexto que surgiu a abordagem pós-keynesiana de determinação cambial, que traz como um dos fundamentos a criação do Modelo Mental. O modelo mental seria um esquema dinâmico de variáveis reais, indicadores, efeitos bandwagon e fatores sociais e psicológicos que poderiam embasar os processos de elaboração de expectativas e tomada de decisão dos agentes, que em teoria determinaria a taxa de câmbio nominal de uma economia. Diante disso, munido do conhecimento gerado acerca da taxa de câmbio e da abordagem pós-keynesiana, este estudo tem como objetivo principal verificar a aplicabilidade da abordagem pós-keynesiana de determinação cambial sobre a dinâmica da taxa de câmbio do Brasil, entre os anos de 2001-2018. Para a realização do objetivo principal, foram adotados os seguintes procedimentos metodológicos: a análise estatística descritiva das variáveis e do mercado de câmbio e a aplicabilidade do modelo mental. A periodicidade da análise seguirá dois modos: 1- Anual, para a análise descritiva das variáveis e do mercado de câmbio 2- os subperíodos delimitados na pesquisa empregada no modelo mental. A base de dados utilizada na pesquisa foi extraída das plataformas: Banco Central do Brasil (BCB), IPEADATA e do Federal Reserve Bank (FEDDATA). Os resultados alcançados neste estudo indicam que existe correlação entre os fluxos de capitais de curto prazo e as taxas de câmbio esperada e nominal. Também foi possível constatar, através da aplicação do modelo mental, a importância do efeito bandwagon para a determinação da taxa de câmbio no período estudado, afirmando as premissas principais da abordagem pós-keynesiana, desenvolvida, também, por Harvey. Contudo, os mesmos resultados inviabilizam a afirmação precisa sobre a aplicabilidade do modelo mental para a economia brasileira, dado que algumas das variáveis apontadas como determinantes não apresentaram relevância sobre a taxa de câmbio nominal, não podendo também afirmar que a taxa de câmbio nominal brasileira foi estruturada pelo modelo mental, nos moldes criados pelo autor.