Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Solcia, Mariana Cristina [UNESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/193207
|
Resumo: |
A tuberculose (TB) é considerada epidemia prevalente e de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) é a doença transmissível mais mortal do mundo. O surgimento de resistência às principais classes de agentes antimicrobianos, e a estimativa de que cerca de 2 bilhões de pessoas possuem o microrganismo em estado latente em todo o mundo são fatores que constituem uma séria ameaça à saúde pública e contribuem diretamente para a incidência da doença. A necessidade de desenvolver novos agentes ativos para combater a TB representa um grande desafio para o controle e tratamento da doença. Nesse trabalho, foi explorada a estratégia de reutilização do complexo tris-(1,10-fenantrolina)ferro(II), ([Fe(fen)3]2+), uma vez que possui a capacidade de perturbar o funcionando de uma grande variedade de sistemas biológicos além de ser de fácil obtenção e baixo custo. O objetivo foi buscar novas aplicações dessa molécula, investigando seu potencial e possíveis mecanismos de ação contra o Mycobacterium tuberculosis, principal agente causador da TB. Foi determinada a atividade de ([Fe(fen)3]2+) frente a cepas de M. tuberculosis, através do método de microdiluição em placa (REMA), onde o complexo apresentou satisfatória inibição de bacilos sensíveis em condições normais, sem perder sua atividade quando submetido a diferentes condições de meio de cultura; apresentou inibição de bactérias em estado latente pelo método de LORA e inibiu de forma ainda eficaz bactérias com perfis de resistência múltipla (MDR-TB) e extensivas (XDR-TB). Em ensaios intramacrofágicos, ([Fe(fen)3]2+) foi capaz de eliminar mais de 80% das micobactérias contidas no interior de macrófagos, perfil comparável ao fármaco rifampicina, de primeira linha do tratamento contra TB. O complexo exibe um excelente índice de seletividade, demonstrado em ensaios de citotoxicidade e espectro de atividade estreito, por não apresentar inibição frente a outros patógenos testados. Em ensaios utilizando plasmas de animais após aplicação de dose única oral em camundongos BALB/c, demonstrou estar biodisponível a partir de 2h após a administração. Com o intuito de investigar o possível mecanismo de ação, o ensaio com micobacteriófagos indicou uma forte relação do complexo em inibir síntese proteica bacteriana. Investigou-se também a capacidade do complexo em inibir a síntese de parede celular pela técnica de cromatografia em camada delgada e possível inibição de bombas de efluxo através do ensaio de acúmulo de brometo de etídio, vias pelas quais o complexo não demonstrou atividade. Além desses ensaios buscando desvendar o(s) alvo(s) de ([Fe(fen)3]2+), foi realizado o isolamento de bactérias resistentes ao complexo, a fim de futuramente, investigar-se um possível mutante através de sequenciamento genômico buscando o alvo de mutações presentes e relacionar com o sítio alvo do complexo em micobactérias. Determinou-se também que M. tuberculosis apresenta baixa frequência de mutações frente ao complexo. Com os resultados obtidos até o momento, ([Fe(fen)3]2+) se mostra bastante promissor nos estudos, por apresentar atividades em diferentes formas da doença, como estado latente e intracelularmente em macrófagos. Além disso, é ativo em bactérias resistentes aos antimicrobianos existentes no tratamento da TB, atendendo dessa forma, a declaração da OMS em priorizar pesquisa e desenvolvimento direcionados ao M. tuberculosis, principalmente devido aos índices de resistência. |