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Análise crítica do atendimento educacional especializado em escolas do campo no Pontal do Paranapanema SP

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2025
Autor(a) principal: Nascimento, Marcelo Krenak Alves do [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11449/296222
Resumo: Este estudo foi desenvolvido no âmbito da linha de pesquisa “Processos Formativos, Ensino e Aprendizagem” do Programa de Pós-Graduação em Educação da FCT/UNESP (Presidente Prudente/SP), e, a partir de seu início, buscou-se conhecer a realidade das escolas do campo em contextos de assentamentos de reforma agrária, nas escolas localizadas no Pontal do Paranapanema, interior do estado de São Paulo: Escola Estadual “Assentamento Santa Clara” e Escola Estadual “Assentados da Fazenda São Bento” e compreender como se organiza o atendimento aos estudantes com deficiência no Atendimento Educacional Especializado (AEE) em Salas de Recursos Multifuncional (SRM) e como se dá a formação dos professores que trabalham neste segmento de ensino. Os objetivos foram pautados na intenção de compreender como se dão as práticas dos professores nestes espaços e se há a devida contribuição para a promoção da acessibilidade e a eliminação de barreiras, como a falta de infraestrutura adequada, acessibilidade arquitetônica, a escassez de políticas públicas eficazes e integradas, falta de recursos financeiros e humanos, falta de formação de professores para o AEE, o preconceito enraizado na cultura e mentalidade coletiva e a falta de conscientização sobre a importância da diversidade; também avaliamos qual a formação dos professores que atuam no AEE e como (e se) se apresentam as oportunidades de formação continuada. Para responder a essas questões, foram analisadas políticas públicas voltadas para a Educação Especial no contexto da inclusão, bem como as práticas pedagógicas adotadas pelos docentes. Além disso, essa pesquisa busca contribuir para o debate sobre as políticas públicas voltadas para a inclusão escolar e para a melhoria da qualidade do ensino oferecido aos discentes com deficiência nas escolas do campo. A metodologia adotada envolveu uma abordagem qualitativa, utilizando-se de análise de documentos legais que defendem a inclusão nos espaços escolares, aplicação de questionário, análise do diário de bordo (caderno onde o professor faz anotações sobre as atividades conduzidas e outros apontamentos pertinentes), observação em sala de aula e entrevistas com professores. O estudo evidenciou que há interface entre a Educação Especial e a Educação do Campo, o que pode contribuir para ofertar uma educação de qualidade que seja significativa e contextualizada aos estudantes com deficiência que vivem no campo. A Educação Especial visa atender às necessidades educacionais dos estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades e a Educação do Campo possui características específicas relacionadas à vivência no campo e às demandas do povo campesino. O estudo também revelou que há oferta da Educação Especial em escolas do campo, mas que ainda é incipiente e não oferece condições de participação e permanência. Empreende-se, daí, que se faz necessário propor políticas de expansão dos serviços especializados com a identidade própria do campo. Em relação à formação do professor, faz-se necessário implementar propostas de formação continuada, pois esta pesquisa apontou que a formação dos profissionais que atuam no AEE ainda é insuficiente para atender às necessidades específicas dos estudantes. As SRMs são geralmente organizadas em espaços improvisados e, muitas vezes, até impróprios. Desta forma, cabe uma crítica reflexiva se os direitos dos estudantes com deficiência das escolas do campo, assegurados por políticas públicas sobre a inclusão escolar, são realmente respeitados.