A organização social do conhecimento no Instituto Nacional do Livro durante o Estado Novo no Brasil: da terminologia à ideologia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Oliveira, Alessandra Nunes de [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11449/259763
Resumo: A presente tese examina o papel do Instituto Nacional do Livro (INL) durante o Estado Novo (1937-1945) no Brasil, período liderado por Getúlio Vargas, com a abordagem voltada para o modo como a linguagem e os termos utilizados em jornais e livros promovidos pelo INL contribuíram para a Organização Social do Conhecimento (OSC) no período. O objetivo geral da tese é investigar a OSC no INL durante o Estado Novo no Brasil por meio da análise discursiva e terminológica. Como objetivos específicos tem-se: a) analisar as práticas de OSC implementadas pelo INL durante o Estado Novo, examinando as motivações políticas e disciplinares por trás dessas ações; b) discutir a materialidade discursiva dos jornais e sua influência para a OSC e o movimento bibliográfico no Estado Novo. c) mapear e sistematizar os principais termos utilizados para promover a literatura e as publicações em jornais e livros editados pelo INL durante o Estado Novo no Brasil. Para tanto, o problema de pesquisa é delineado da seguinte forma: de que maneira a linguagem utilizada em jornais e livros sobre o INL foi estrategicamente empregada para transmitir conceitos e influenciar socialmente, promovendo literatura e publicações? Como essas estratégias terminológicas contribuíram para a OSC no contexto do Estado Novo?. Nesse contexto, a pesquisa adota uma abordagem qualitativa exploratória-descritiva, utilizando métodos de pesquisa documental e bibliográfica. Dois procedimentos principais foram empregados: Análise Crítica do Discurso (ACD), e análise terminológica. A ACD examina como os discursos foram construídos e as estratégias linguísticas utilizadas para influenciar a opinião pública. A análise terminológica focou na investigação dos termos específicos utilizados e seu impacto na construção de significados. Os resultados indicam a relevância do INL como uma instituição basilar na articulação de uma ideologia de Estado, que utilizou a OSC como um dispositivo estratégico para consolidar os valores do regime estadonovista. A análise das obras publicadas pelo INL demonstra como a escolha e o uso de termos ajudaram a construir um imaginário simbólico que sustentava a visão de modernidade do governo. Apresenta-se ainda um minissistema no formato de glossário, destinado à OC, construído a partir de descritores extraídos de fontes jornalísticas, documentos e livros do Estado Novo. O estudo contribui para o campo da Ciência da Informação, especialmente para a Organização do Conhecimento (OC), ao mostrar como documentos e instituições foram usados como aparelho ideológico e preservação da memória coletiva. Ao observar os termos e os discursos promovidos nos jornais, livros e documentos da época, contatou-se que o INL utilizava um discurso estratégico e carregado de “termos ideológicos” para legitimar o governo. De outra forma, a materialidade discursiva presente nesses documentos contribuiu para a construção de uma narrativa alinhada aos preceitos políticos do regime.