Avaliação paquimétrica da córnea de crianças submetidas a facectomia com implante de lente intraocular

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Sá II, Luiz Vieira e
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/191988
Resumo: Introdução: A catarata na infância é importante causa de deficiência visual. Nesse caso, a cirurgia de catarata deve ser realizada precocemente a fim de evitar o desenvolvimento de ambliopia, porém quanto mais precoce a cirurgia maior o risco de comprometimento de estruturas oculares, como a córnea. Objetivo: avaliar a espessura corneana central (ECC) em crianças com catarata congênita ou do desenvolvimento antes e após facectomia com implante primário de lente intraocular (LIO). Métodos: Trata-se de um estudo longitudinal retrospectivo, realizado por meio da análise de dados pré e pós-operatórios de crianças submetidas a facectomia com implante primário de LIO no período de janeiro/2011 a dezembro/2018. As aferições paquimétricas foram realizadas no pré-operatório, até 6 meses após a cirurgia, de 6 a 12 meses, de 12 a 24 meses e com mais de 24 meses de pós-operatório. Resultados: Foram incluídos 48 pacientes com catarata bilateral, sendo 30 (62,5%) do sexo masculino. A média de idade no momento da cirurgia foi de 3,29 ± 2,85 anos e tempo de seguimento médio de 3,70 ± 2,27 anos. Incluímos 41 pacientes com catarata unilateral, sendo 25 (60,97%) do sexo feminino, 21 casos (51,22%) acometendo olho esquerdo, média de idade no momento da cirurgia de 2,49 ± 2,53 anos e tempo de seguimento médio de 2,47 ± 2,23 anos. Observou-se um aumento estatisticamente significativo da ECC um ano após facectomia em olhos com catarata bilateral em relação à medida pré-operatória (550 µm (528,2 - 571,5) versus 544 µm (523,5 - 567,5), p = 0,002), sendo mais importante em olhos operados no primeiro ano de vida (p = 0,01) em comparação com aqueles operados após um ano de idade (p = 0,04). O aumento da ECC foi ainda mais significativo após dois anos de seguimento pós-operatório (562 µm (538,5 - 582,7), p < 0,001). Nas cataratas unilaterais, a mediana da ECC no pré-operatório foi de 540,0 µm (516,5 - 582,5) nos olhos sadios versus 551,0 µm (520,0 - 581,5) nos olhos afetados, p = 0,450. Não houve diferença significativa entre os valores de paquimetria corneana pré e pós-operatórios nos olhos afetados. Os valores de média e mediana tendem a ser maiores após dois anos de seguimento, porém não houve significância estatística. Conclusão: A ECC de crianças com catarata bilateral aumentou após facectomia com implante de LIO, principalmente naquelas operadas com menos de um ano de idade. Nas cataratas unilaterais não houve diferença significativa entre olhos sadios e olhos afetados, como não houve aumento paquimétrico após facectomia.