Estrutura populacional e análise de variabilidade genética em rebanhos ovinos brasileiros

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Tino, Camila Renata de Souza [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/138932
Resumo: As raças ovinas deslanadas são parte do patrimônio genético do Brasil, formado por animais adaptados ao semiárido nordestino e com potencial de produção de carne e pele. No entanto tratam-se de raças de recente formação, ainda com poucos programas de melhoramento genético, e consequentemente, carente de estudos da estrutura populacional, variabilidade genética, endogamia e grau de conservação. Diante disso este trabalho teve dois objetivos: 1) analisar a variabilidade genética da raça Santa Inês no Brasil com base em informações de pedigree utilizando registros de animais da raça Santa Inês, provenientes da Associação Sergipana de Criadores de Caprinos e Ovinos (ASCCO) criados na Região Nordeste do Brasil e 2) avaliar a estrutura genética e variabilidade genética do núcleo de conservação da Embrapa Caprinos e Ovinos, localizada na cidade de Sobral, região do norte do estado do Ceará, controlado pelo Sistema de Gerenciamento de rebanho (SGR) dentro do dentro do programa de melhoramento genético de caprinos e ovinos de corte – GENECOC®. O arquivo de pedigree da raça Santa Inês (ASCCO) continha 29080 animais e os arquivos de dados genealógicos pertencentes ao GENECOC 904 indivíduos da raça Santa Inês, 972 indivíduos da raça Somalis e 1372 indivíduos da raça Morada Nova. Para a primeira análise dos animais Santa Inês a média da integridade do pedigree nas últimas quatro gerações foi maior que 50% e o número de gerações completas equivalente foi igual a 4,89. O valor do coeficiente endogâmico (F) foi de 0,32% e o coeficiente de parentesco obtido foi de 3,1%. O intervalo de geração foi de 5,75 anos. Os resultados dos parâmetros com base na probabilidade de origem do gene: número de fundadores (Nf), número efetivo de fundadores (fe), número efetivo de ancestrais (fa) e número efetivo de genomas remanescentes (fg) foram: (Nf) > (fe) > (fa) > (fg). A razão (fe)/ (fa) foi próxima de 1, indicando que não houve gargalo genético, já a razão (fg)/ (fe) foi de 0,30 e mais distante de 1, indica um processo rápido de deriva genética, pois quantifica a perda de alelos fundadores entre gerações. Enquanto que para os indivíduos Santa Inês, Somalis e Morada Nova o coeficiente de parentesco médio (AR) foram de 5,17%, 4,98% e 4,98 e consanguinidade (F) foram de 1,81%, 0,78% e 0,78 respectivamente. O intervalo de gerações (IEG) foi de 3,54, 3,40 e 4,08 anos e o tamanho efetivo médio (Ne) por geração foi de 30, 15 e 35 animais, sendo que o número efetivo de animais fundadores ( fe ) de 29,54, 38,60 e 29,43 e de ancestrais ( fa ) foi igual a (17, 13 e 19 respectivamente). Dentre os ancestrais, apenas 7 Santa Inês, 5 Somalis e 10 Morada Nova foram responsáveis por 50% da variabilidade genética das populações, o que indica perda de genes de origem. Concluindo-se que na população de ovinos da raça Santa Inês (ASCCO) a variabilidade genética permitirá a obtenção de ganhos genéticos adequados nas características de importância econômica. Enquanto que nas populações de conservação do GENECOC observa-se baixa contribuição dos animais fundadores ao longo das gerações. Os valores do coeficiente de endogamia de Wright indicam subdivisão da população em linhagens. Em geral, a consanguinidade e os valores médios do coeficiente de parentesco foram baixos e a variabilidade genética foi considera alta.