Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Thomazi, Rafael |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/215213
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Resumo: |
INTRODUÇÃO: Múltiplas comorbidades associam-se a maior uso de medicamentos por pessoas idosas. A polifarmácia torna os idosos mais propensos a desenvolverem eventos adversos a drogas em diferentes contextos de cuidados de saúde. Há riscos envolvidos no uso de psicofármacos pelos idosos, especialmente se prolongado. O objetivo deste estudo foi avaliar possíveis causas de internação hospitalar em idosos que fazem uso de psicofármaco e também avaliar outros fatores associados ao uso de psicofármaco em idosos internados nas enfermarias clínicas e cirúrgicas de um hospital universitário terciário. MÉTODOS: Neste estudo transversal, foi selecionado por meio de amostra por conveniência, pacientes com idade ≥ 60 anos internados em enfermarias clínicas e cirúrgicas no Hospital das Clínicas de Botucatu. Os pacientes foram submetidos a um questionário contendo aspectos sociodemográficos, clínicos e farmacológicos, juntamente com a verificação de registros médicos eletrônicos buscando avaliar a prescrição de psicofármacos prévia e durante a internação, especialidade prescritora, registro de medicamentos de uso contínuo, registro de medicamentos potencialmente inapropriados para idosos, comorbidades e causa de hospitalização. Pacientes foram divididos em quatro grupos: pacientes clínicos que já tomavam ou não psicofármacos na admissão hospitalar e pacientes cirúrgicos que já tomavam ou não psicofármacos na admissão hospitalar. A análise multivariada (regressão logística) foi realizada considerando como variável dependente “usar ou não psicofármaco” e “ser ou não ser geriatra como prescritor antes da internação”. Para todas as análises, foi adotado o nível de significância de 0,05. RESULTADOS: 385 pacientes com média de idade de 74,7(±9,51) anos participaram do estudo. Em relação à amostra total, a média de medicamentos utilizados foi de 5,83, 60% apresentou polifarmácia e 55%, uso de medicamentos potencialmente inapropriados. Pacientes do grupo clínico que já usavam psicofármacos no momento da admissão hospitalar tomavam maior número de medicamentos do que os do grupo clínico que não usavam psicofármacos (p=0,002), além de utilizarem mais medicamentos potencialmente inapropriados (p<0,001). Entre os usuários de psicofármacos da amostra total, 56% tomavam antidepressivos, 39% benzodiazepínicos, 27% anticonvulsivantes e 14% neurolépticos. A análise multivariada mostrou que ser do sexo feminino nas Resumo 3 enfermarias cirúrgicas aumentou em 2,1 vezes a chance de tomar psicofármaco e o uso de medicamento potencialmente inapropriado aumentou em 5,03 vezes a chance do paciente tomar psicofármaco. Nas enfermarias clínicas, o uso de medicamento potencialmente inapropriado aumentou em 4,38 vezes a chance do paciente tomar psicofármaco. Ao avaliar as enfermarias clínicas e cirúrgicas juntas, o uso de medicamento potencialmente inapropriado aumentou em 4,53 vezes a chance do paciente tomar psicofármaco e cada aumento no número de medicamentos utilizados foi associado a 1,15 vezes mais chance do paciente tomar psicofármaco. Ao avaliar as especialidades médicas prescritoras previamente à internação, a análise multivariada mostrou que ser geriatra aumentou em 4 vezes a chance de não se prescrever um medicamento potencialmente inapropriado. Ao avaliar as enfermarias cirúrgicas, a análise multivariada mostrou que pacientes idosos que sofreram fraturas tiveram 2,2 vezes mais chance de se encontrar psicofármacos na sua prescrição e pacientes com neoplasias tiveram 2,6 vezes mais chance de se encontrar psicofármacos na sua prescrição. CONCLUSÕES: O presente estudo mostrou que o uso de psicofármacos por pacientes idosos não foi associado a diferentes causas de internação hospitalar. O uso de medicamentos potencialmente inapropriados e a polifarmácia aumentaram as chances de se tomar psicofármaco sendo achados comuns na admissão hospitalar de pacientes idosos independentemente do tipo de enfermaria avaliada. Ser acompanhado por um geriatra previamente à internação reduziu as chances de se encontrar prescrição de medicamento potencialmente inapropriado. Identificar durante a internação de um idoso a presença de polifarmácia, medicamentos potencialmente inapropriados e psicofármacos pode contribuir para prevenção quaternária, reduzindo desfechos desfavoráveis a partir da implementação de estratégias para o uso racional de medicamentos nesse grupo etário. |