Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Bezerra, Livia Morena Brantes [UNESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/144275
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Resumo: |
No contexto econômico e político em que se encontra o Haiti nos dias atuais, a ajuda que se oferece ali está diretamente ligada ao projeto de sociedade que pretende se desenvolver e esse espaço está em disputa. A agricultura haitiana absorve grandes esforços na recuperação do país, embora esses esforços sejam pouco eficientes na promoção da soberania alimentar naquele país. Para entender qual papel desempenham as diversas concepções de cooperação internacional e qual seus efeitos sobre a vida das pessoas, fizemos um resgate histórico da situação haitiana, abordando a forma como se deu a ocupação e colonização da ilha, os reflexos da primeira revolução vitoriosa de trabalhadores escravizados e como se desenvolveu o capitalismo dependente haitiano. A forma violenta como foi implantado, por meio de endividamento, golpes de estado e da longa ditadura Duvalier, excluiu uma grande massa de trabalhadores desse processo, que se concentraram nas montanhas, a garantir seu sustento, ou migraram, para garantir a reprodução de sua vida. A agricultura desenvolvida nos montes é dependente da natureza, pois as tecnologias não estão disponíveis para implantação nas pequenas posses haitianas, ela por sua vez dá sinais de esgotamento, iminência da catástrofe. Para garantir sua sobrevivência, as formas de organização do povo haitiano e sua cultura em si, o Kreyol, o Vodou e o Lakou, podem ser importantes instrumentos para construção da resistência haitiana, desde que organizados sob uma perspectiva libertadora, e não opressora, como já foram utilizados em outras épocas. É preciso reconhecê-los e valorizá-los. A atuação Internacional no Haiti tem sido contestada, principalmente quanto ao seu papel reconstrutor, tão clamado, mas raramente realizado. As ONGs e a Internacional Comunitária, trabalhando para diminuir a precariedade em que vive o povo haitiano, aplacando a opressão típica do capital, funcionam como instrumentos comunitários do neoliberalismo e não como fontes de recursos e formação capazes de influenciar na resistência haitiana. O conjunto de países do Sul também influencia nesse cenário, fornecendo contingentes militares para manutenção da Ordem, através das Missões das Nações Unidas. Os movimentos sociais, por sua vez, entendendo que deve haver uma crescente solidariedade entre os povos, buscam exercitá-la, estabelecendo laços entre si e trocando experiências, capacidades, formação e trabalho. Assim nasce a Via Campesina, e assim se estabelece na América Latina, e especialmente no Haiti. Essa é a grande diferença entre as ações empregadas pela cooperação internacional e a solidariedade proletária: as intenções, práticas e objetivos. |