Tradução, adaptação e representação da identidade negra em reescritas de Uncle Tom's Cabin, de Harriet Beecher Stowe

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Sousa, Thaís Polegato de [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/150641
Resumo: Tradução e adaptação podem ser ferramentas de resistência para culturas e identidades não hegemônicas ou para a manutenção de formas de identificação e manifestações culturais dominantes no cenário mundial. Nesta dissertação, procuramos observar como uma adaptação e duas traduções brasileiras de A Cabana do Pai Tomás abordam questões de identificação e de narrativas raciais ao longo de um período de tempo (cerca de 60 anos) em que o paradigma tradicional do Brasil em relação à raça começa a ser questionado, em grande parte devido ao contato com as noções de raça dominantes na cultura estadunidense. Também observamos como a negociação, caracterizada por ser assimétrica e apropriadora, é aplicada nas reescritas selecionadas, e quais os ganhos e perdas advindos dos diferentes níveis de abertura ao diálogo com o Outro hegemônico na tradução e na adaptação. Para isso, foram selecionadas três reescritas da obra Uncle Tom's Cabin, de Harriet Beecher Stowe, para o português brasileiro. Levando em consideração a própria temática da obra – a escravidão nos EUA –, as questões raciais inevitavelmente entram em pauta no romance e, consequentemente, as reescritas são obrigadas a lidar com os discursos raciais e a representação de identidades raciais específicas, especialmente a identidade negra. Como os discursos raciais tradicionalmente apoiados nos Estados Unidos contrastam fortemente com a narrativa racial tradicional no Brasil, as reescritas acabam por refletir ideologias raciais condizentes com o discurso de sua época, mas que podem contrastar com os discursos umas das outras. Após reflexões sobre a natureza da tradução e da adaptação como reescritas literárias e das formas de identificação na pós-modernidade, em particular as identidades raciais, foram feitas análises comparativas entre trechos do original em inglês e das três reescritas selecionadas, de modo a observar nesses excertos questões pertinentes ao discurso racial veiculado a cada reescrita e à forma como a negociação entre as culturas norte-americana e brasileira se manifestou nas opções tradutórias apresentadas.