Aprendizagem inicial da língua escrita na perspectiva dos projetos de letramento

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Costa, Andreia Aparecida Suli da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/191872
Resumo: Historicamente, o processo de alfabetização foi marcado por embates acerca dos métodos. Recentemente, no cenário político atual, reacenderam-se as discussões sobre esta questão pela aposta no resgate ao método fônico como solução para os problemas na aprendizagem da língua escrita no Brasil (MORTATTI, 2019). Por outro lado, compreendendo a alfabetização como um construto amplo, que abarca muitas e variadas facetas, tais como a linguística, a interativa e a sociocultural (SOARES, 2016), parece pertinente a integração de todas elas nesse processo. A alfabetização e o letramento precisam acontecer de maneira interligada, em contextos legítimos de uso da língua. Assim, em minha prática docente como alfabetizadora me questionava como proporcionar um processo de alfabetização que articulasse as diferentes facetas da língua escrita de maneira significativa? Ou ainda, de que maneira favorecer o ensino das correspondências grafofônicas, essenciais ao processo de alfabetização, sem incorrer na volta dos métodos “tradicionais”, e que, ao mesmo tempo, integrasse práticas escritas autênticas? E mais, nesse processo, como valorizar a autoria das crianças, suas vivências e saberes? Em outras palavras, como promover uma alfabetização pautada na discursividade, que fosse significativa e com sentido? Para tentar responder a essas questões, nessa pesquisa, elegi como proposta de intervenção a construção de um projeto de letramento (KLEIMAN, 2000) com alunos do 2º ano da rede municipal de Cerqueira César, com o objetivo de repensar o ensino inicial da língua escrita a partir de práticas alfabetizadoras autênticas e significativas, que contribuíssem para um processo de alfabetização pautado na discursividade, no diálogo, na criticidade e na interação. Dessa forma, desenvolvi com as crianças o projeto Era outra vez que culminou na produção de um kit com dois livros que recontam a história da Cinderela, tradicional e contemporânea, bem como quatro jogos de linguagem que trabalham habilidades metafonológicas relevantes para a alfabetização, além de um livro destinado aos educadores narrando a trajetória do projeto. Apoiada nos pressupostos da pesquisa narrativa (CLANDININ e CONNELLY, 2011), tendo como materiais para análise diários reflexivos, semanários, entrevistas, registros de atividades dos alunos, entre outros, foi possível refletir que houve avanços na apropriação do sistema de escrita alfabética, na leitura e também no desenvolvimento do discurso pelas escritas dos participantes da pesquisa, além de demonstrarem, ao longo do projeto, crescente autonomia, criticidade e senso democrático. Ademais, o papel da professora como agente de letramento mostrou-se em evidência, enaltecendo essa função como propulsora do aprendizado. A organização e condução do projeto contribuíram para o resgate da autoria docente, além de instaurar uma relação não hierárquica de ensino e aprendizagem, mas sim integradora da comunidade escolar.