Estratégias de reparo na pronúncia de oclusivas em posição de coda por falantes brasileiros de inglês como língua estrangeira

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Nascimento, Geisibel Cristina Andrade [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/182502
Resumo: Esta tese tem por objetivo analisar a utilização de estratégias de reparo por parte dos aprendizes brasileiros de inglês como língua estrangeira para pronunciarem palavras que contenham segmentos oclusivos em posição de coda silábica. Este estudo foi realizado utilizando em uma nova metodologia desenvolvida a partir de Becker, Clemens e Nevins (2013) E Assis (2007), para averiguar a hipótese de que as estratégias empregadas na produção da Língua Estrangeira (LE) são as mesmas utilizadas na pronúncia de palavras da Língua Materna (LM). Tal metodologia baseia-se, resumidamente, na elaboração de duas listas de palavras (uma de palavras inventadas e outra de palavras do inglês) com segmentos oclusivos em posição de coda, um texto em inglês utilizando as palavras do inglês e uma lista de frases/parágrafos (em português) em que foram empregadas as palavras inventadas. Cada lista continha 74 palavras. Essas listas foram apresentadas a 52 informantes – sendo 10 falantes nativos e exclusivos de português brasileiro (grupo 1), 40 falantes nativos e exclusivos de Português Brasileiro (PB) e estudantes de inglês (divididos em 4 grupos de 10 informantes – grupos 2, 3, 4 e 5), dos níveis intermediário e avançado, e 2 falantes nativos de inglês (grupo 6). Eles fizeram a leitura das listas de palavras, textos e frases/parágrafos em voz alta. A leitura foi gravada para se proceder, posteriormente, às análises de percepção auditiva acerca da forma como os informantes pronunciavam as palavras em questão. Constatou-se que as estratégias de reparo utilizadas foram a epêntese, a palatalização de /t/ e /d/, a aspiração, o apagamento e o deslocamento da consoante da posição de coda para o onset da sílaba seguinte. Tais estratégias foram amplamente empregadas na pronúncia das palavras inventadas e também do inglês. Nas análises pela Teoria da Otimalidade - TO (PRINCE; SMOLENSKY, 1993), as palavras foram divididas em grupos de acordo com os contextos em que a consoante analisada se encontrava para facilitar a apresentação dos dados: oclusiva em coda simples em final de palavra, oclusivas em coda complexa em final de palavra, e contexto seguinte (oclusivas em posição de coda no meio da palavra em relação à consoante do onset da sílaba seguinte). Observou-se que a hierarquia de restrições da língua materna (HLM) é a hierarquia considerada na pronúncia das palavras desconhecidas, sendo as restrições de marcação dominantes em relação às restrições de fidelidade. Por isso, as estratégias de reparo silábico utilizadas são as mesmas empregadas em palavras que possuem um segmento não licenciado na coda na língua materna. Com a evolução da aprendizagem da LE, as restrições se movimentam em direção a um novo ranking. As restrições de marcação, que inicialmente proíbem a produção de determinado segmento ou sequência de segmentos em coda, são demovidas em favor das restrições de fidelidade, possibilitando a pronúncia dos novos segmentos e/ou sequências. Propõe-se, nesta tese, que a aprendizagem da LE ocorre em estágios nos quais há reorganização de regras/restrições (seguindo a TO) até que se chegue a uma produção cada vez mais próxima da língua alvo.