Caracterização da diversidade genética e composição química de Lychnophora pinaster MART

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Silva, Paulo Sérgio Siberti da [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11449/139537
Resumo: Os objetivos deste estudo foram (i) fornecer a caracterização dos padrões de diversidade genética e estrutura populacional de sete populações naturais de L. pinaster e discutir estratégias de conservação; (ii) avaliar a composição química dos óleos essenciais de três populações naturais da espécie, duas provenientes da região sul e uma do sudeste de Minas Gerais; (iii) caracterizar os princípios ativos, registrados na literatura, dos extratos etanólicos das três populações naturais; (iv) determinar a atividade in vitro dos óleos essenciais e extratos etanólicos das populações contra formas amastigotas de Tripanossoma cruzi; e (v) avaliar as relações entre o polimorfismo químico, os fatores ambientais e genéticos. Os resultados revelaram (i) existência de diferentes níveis de diversidade genética dentro e alto nível de diferenciação genética entre populações. É estritamente necessário o monitoramento das populações remanescentes para que, de fato, seja evitada a extinção da espécie. Os esforços de conservação in situ devem focar na preservação dos habitats de L. pinaster da destruição e no aumento dos tamanhos populacionais, uma vez que o pequeno tamanho populacional e a fragmentação fazem de L. pinaster susceptível às perdas de diversidade genética causada pela endogamia e deriva genética. É sugerido planejamento de coleta de sementes provenientes dos grupos genéticos evidenciados pelo STRUCTURE ou DAPC para a conservação ex situ do germoplasma; (ii) não foi registrada a presença de substâncias da classe dos fenilpropanóides no óleo essencial da população de L. pinaster proveniente da região sudeste, apresentando como constituinte majoritário um sesquiterpeno oxigenado, enquanto as populações do sul apresentaram o E-cinamato de metila, E-cariofileno e α-humuleno como constituintes mais abundantes; (iii) mesmo padrão espacial de composição química foi observado para os extratos, onde as populações do sul apresentaram perfil químico semelhante entre si sob o ponto de vista qualitativo, diferindo da proveniente do sudeste. Dos princípios ativos, somente a quercetina e friedelina foram identificados nos extratos das três populações, tendo as suas quantidades variado entre populações; (iv) os óleos essenciais e extratos etanólicos não apresentam in vitro seletividade e atividade antiparasitária com relação às formas amastigotas T. cruzi equivalente ou superior ao benznidazol, utilizado comercialmente para tratar doença de Chagas; (v) com o aumento das concentrações dos óleos essenciais e extratos, houve aumento da citotoxicidade e, consequentemente, diminuição da taxa de células hospedeiras tanto infectadas como não infectadas. Os extratos se mostraram mais citotóxicos em relação aos óleos essenciais; (vi) comparados à genética, os preditores ambientais - distância geográfica e os diferentes gradientes de solo - se mostraram os elementos mais relevantes para a variação química do óleo essencial entre populações de L. pinaster, indicando que o polimorfismo químico no óleo essencial esteja ocorrendo mais como um reflexo de uma seleção natural de acordo com os fatores ambientais locais e não devido à deriva genética; o que é um alerta quanto à utilização de diferentes populações de L. pinaster como fitoterápico de modo indiscriminado, uma vez que as diferenças na composição química podem comprometer sua eficácia terapêutica.