Avaliação da toxicidade potencial de sedimento no reservatório Itupararanga (Sorocaba – Brasil) aos cladóceros Daphnia similis e Ceriodaphnia dubia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Martins, Thaís Fabiane Gomes
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/214688
Resumo: Os reservatórios de abastecimento público são essenciais para a população, logo, é crucial que suas águas possuam qualidade satisfatória para o consumo. No entanto, o despejo de efluentes domésticos e industriais não tratados nos reservatórios atenuam a qualidade da água, que é facilmente contaminada e pode causar diversas patologias se ingerida sem um tratamento adequado. Além da água, os sedimentos apresentam diversas substâncias tóxicas, que podem estar biodisponíveis e contribuir para a contaminação da cadeia trófica dos organismos presentes nos corpos d'água. Desta forma, os ensaios ecotoxicológicos são ferramentas importantes na avaliação da toxicidade através da exposição de organismos-teste a contaminantes presentes no sedimento. Diante disso, objetivou-se avaliar a heterogeneidade espacial e a toxicidade dos sedimentos do reservatório Itupararanga, que sofre com degradação em seu entorno, devido ao intenso uso e ocupação do solo. Foram realizadas coletas em março de 2019, em nove pontos, em triplicata, distribuídos ao longo do eixo do reservatório. Quantificou-se os metais (As, Cr, Cu, Mn, Ni, Pb, Zn) presentes nos sedimentos, matéria orgânica e granulometria. Através de ensaios ecotoxicológicos utilizando os microcrustáceos Daphnia similis e Ceriodaphnia dubia com o sedimento in situ, foram determinadas a toxicidade aguda e crônica, respectivamente, tendo sobrevivência e mortalidade como endpoint analisado. O tratamento estatístico dos testes definitivos foi feito através do programa TOXSTAT 3.5® e os dados dos ensaios de sensibilidade foi realizado através do programa Trimmed Spearman-Karber Method® e os gráficos-controle foram feitos pelo método de interpolação. Os dados dos parâmetros físico-químicos do reservatório Itupararanga foram avaliados por estatística clássica e geoestatística, além do uso dos índices ecológicos, Fator de Contaminação (FC) e Índice de Geoacumulação (Igeo) e valores-guia de sedimentos, como TEL (Threshold Effect Level) e PEL (Probable Effect Level). Os ensaios de sensibilidade dos organismos-teste foram validados para a realização dos testes definitivos com sedimentos. Através das análises de granulometria e matéria orgânica, foi possível determinar que o sedimento do reservatório deste estudo é predominantemente orgânico e que as frações de granulometria são variáveis ao longo do reservatório, mas cuja prevalência é de silte/argila. Foi identificado grau moderado de fator de contaminação e o sedimento foi classificado como ruim, para o Igeo. Dos elementos químicos analisados nos sedimentos o As e Cr, apresentaram valores acima do TEL em todos os pontos. O Cu, o TEL ficou acima apenas nos pontos próximo a área da barragem. Nenhum metal analisado ficou acima do PEL. Através da análise de componentes principais (ACP), foi possível identificar que o reservatório possui três zonas distintas, compartimentalizando dados variados nas zonas lóticas, lênticas e na área da barragem. O uso e ocupação do solo na bacia hidrográfica contribuem para o elevado aporte de metais e elevada retenção de material orgânico. O alto aporte de matéria orgânica, contribui para adsorção de metais e outros contaminantes, demonstrando o grau de interferência antrópica que o reservatório possui em seu entorno. Os testes ecotoxicológicos agudo e crônico, com D. similis e C. dubia, respectivamente, apresentaram toxicidade aguda em quatro pontos, distribuídos entre os três compartimentos e crônica em todos os pontos amostrados. Os resultados dos ensaios de toxicidade indicaram que a D. similis é mais sensível que a C. dubia, ao sedimento do reservatório Itupararanga. Os dados sugerem que o reservatório apresenta potencial de toxicidade em curto prazo à biota. É necessário maiores esforços em relação ao constante uso do solo em torno do reservatório, cujo impacto de ocupação tem influenciado diretamente na qualidade da água e do sedimento.