Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Evangelista, Mayara Martins [UNESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/191332
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Resumo: |
Tendo em conta a demanda premente de alternativas e de aprimoramento das estratégias de cuidado à obesidade grave, dado o elevado número de brasileiros nas filas de espera para a cirurgia bariátrica no Sistema Único de Saúde (SUS), o presente trabalho se propôs a avaliar se o cuidado desenvolvido em grupo de educação em saúde, proporcionado por equipe interdisciplinar sob formação permanente pautada em metodologia ativa promove, no intervalo de um ano, melhora significativa em indicadores de saúde e bem-estar de pacientes da fila de espera para a cirurgia bariátrica, em São José do Rio Preto/SP. Essa pesquisa originou quatro artigos. O primeiro estudo descreveu o protocolo de ensaio clínico randomizado e resultados de linha de base dos efeitos de intervenção interdisciplinar de um ano, com usuários do sistema público de saúde na fila de espera para cirurgia bariátrica. Oitenta e oito participantes foram recrutados e randomizados entre o grupo controle (n=44) que recebe o tratamento habitual e entre o grupo intervenção (n=44) que realizou a intervenção educativa. Foi investigado o consumo alimentar, afetividade negativa e inatividade física/comportamento sedentário, medidas antropométricas e de composição corporal, amostras de sangue e testes de capacidade física. Quando comparados quanto as características demográficas e bioquímicas, não houve diferença entre os grupos, exceto para glicose sérica (GC=110,4 ±46,8mg/dL e GI 93,1±16,9mg/dL; p=0,039). Os resultados mostraram que há semelhança entre os grupos de comparação na linha de base. Objetivo do segundo estudo foi estimar as propriedades psicométricas do Questionário Alimentar de Três Fatores (TFEQ-18) e Escala de Depressão, Ansiedade e Estresse (DASS-21) e verificar a influência da depressão, ansiedade, estresse, variáveis sociodemográficas e presença de doenças pré-existentes nas dimensões do comportamento alimentar de pacientes obesos candidatos à cirurgia bariátrica. Os pacientes preencheram o TFEQ-18, a DASS-21 e um questionário sociodemográfico para caracterização da amostra. Foram testadas as propriedades psicométricas dos instrumentos por meio da análise fatorial confirmatória e um modelo hipotético para pacientes obesos candidatos à cirurgia bariátrica foi desenvolvido e testado. Participaram do estudo um total de 545 pacientes, a maioria mulheres que vivem com um companheiro, recebe entre 3 e 7 salários mínimos, sedentária, não fuma, não bebe, com índice de massa corporal acima de 40 kg/m2 e já apresenta alguma comorbidade. O modelo refinado do instrumento TFEQ-18 explicou 51% da restrição cognitiva, 80% da alimentação emocional e 60% do descontrole alimentar. A escala DASS 21 apresentou variância explicada de 43% para depressão, 33% para ansiedade e 46% para o estresse. A afetividade negativa e as variáveis sociodemográficas, como sexo, idade, IMC e nível de atividade física, foram significativamente importantes nas dimensões do comportamento alimentar. Esses resultados podem auxiliar no diagnóstico e monitoramento das intervenções nutricionais, de modo a evitar ou minimizar consequências ruins para a saúde da pessoa com obesidade. Já o terceiro estudo, apresentou como objetivo analisar os resultados de uma intervenção educativa durante o período pré-operatório, na busca por mudanças de comportamento alimentar, físico e emocional. Oitenta e oito pacientes foram recrutados no ambulatório de cirurgia geral de hospital universitário, divididos igualmente em dois grupos com iguais condições físicas e clínicas, mas apenas um dos grupos participou de atividades educativas com equipe multidisciplinar, imersa em um processo especifico de reflexão da prática e formação. Ao final de 12 meses de formação da equipe e 15 encontros com os pacientes, selecionou-se aleatoriamente 10 pacientes do grupo intervenção e 10 grupo acompanhamento para aplicação do grupo focal e avaliação dos resultados. Análise dos resultados foi realizada com base no conteúdo dos relatos associadas às percepções não verbais identificados nas observações dos grupos focais. Nos relatos analisados, a intervenção promoveu diminuição de medicamentos, melhora na auto percepção e aumento nas atividades envolvendo movimento corporal. Barreiras na mudança de comportamento, preconceito, ansiedade e depressão marcaram fortemente os relatos, fatores amenizados com o apoio da equipe interdisciplinar. A intervenção educativa apresentou resultados promissores no que tange a mudança de comportamento em pacientes obesos, promovendo integração e possibilitando trocas de experiências. O 4º artigo avaliou a efetividade de uma intervenção educacional de longo prazo, sobre a perda de peso corporal em obesos que estão na fila de espera para a cirurgia bariátrica. Foram avaliadas medidas antropométricas, composição corporal, análises bioquímicas e questionários (comportamento alimentar e afetividade negativa), antes e após 6 e 12 meses de intervenção. Embora se tenha observado alguma melhora nas medidas antropométricas, a intervenção educacional multidisciplinar de 12 meses não resultou em alteração quantitativamente significante nas variáveis avaliadas. Mostrou redução do descontrole alimentar após 6 e 12 meses e da depressão após 6 meses. A intervenção educacional multidisciplinar de 12 meses não produziu resultados quantitativamente significativos, sugerindo a necessidade de aprofundamentos nos estudos, com abordagens que levem em conta as causas da não adesão e também a forma de avaliação dos resultados. |