Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Silva, Amanda Santiago Ferreira Lantyer |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/182576
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Resumo: |
Nesta tese exploramos a diversificação de espécies de anuros da Tribo Lophyohylini distribuídas na Mata Atlântica (MA) e Caatinga, biomas do Brasil. Para tanto, utilizamos dados genômicos e métodos de filogeografia estatística para analisá-los, uma abordagem robusta e até então ainda escassa na filogeografia dos organismos sul-americanos. Através do sequenciamento Sanger amostramos trechos de DNA mitocondrial (mtDNA) e através do sequenciamento de alto rendimento obtivemos polimorfismos de nucleotídeo único (SNPs) do DNA nuclear (nDNA). No primeiro capítulo, reunimos 82 amostras da espécie Aparasphenodon brunoi que apresenta distribuição nas terras baixas e costeiras do bioma MA, sendo considerada ideal para investigar o papel da instabilidade climática do Pleistoceno em seu processo de diversificação. Ainda no primeiro capítulo, para avaliar a influência do comportamento filopátrico, associado às diferenças no modo reprodutivo, na dispersão e consequentemente, no fluxo gênico entre populações, reunimos 72 amostras de A. arapapa e A. aff. brunoi. Estas tratam-se de espécies simpátricas, de distribuição mais restrita e com modos reprodutivos contrastantes o que as tornam ideais para esse tipo de comparação. De acordo com a inferência baseada em modelos demográficos, por volta do último máximo glacial (UMG) a população norte de A. brunoi se manteve estável enquanto que a do sul experimentou um gargalo seguido de expansão recente. Além disso, a população norte de A. brunoi apresenta maior diversidade nuclear do que a população sul. A paleomodelagem de distribuição de A. brunoi corrobora o padrão disjunto das populações norte e sul assim como a distribuição relictual da espécie no UMG quando desconsiderada a plataforma continental como área de expansão da MA. Dessa forma, sugerimos que a diversificação em A. brunoi está em consonância com a hipótese de refúgios pleistocênicos para a MA. Quanto ao segundo aspecto estudado no primeiro capítulo, detectamos similaridade no padrão de diversidade e endogamia para A. arapapa e A. aff. brunoi, contradizendo nossas expectativas. Sugerimos que o comportamento filopátrico dos machos de A. arapapa não deve atuar fortemente em limitar a dispersão da espécie. No segundo capítulo, reunimos 69 amostras de C. greeningi para investigar sua diversificação intraespecífica (distribuído na Caatinga) e comparar sua demografia histórica com a de A. brunoi, considerando que as espécies se encontram em biomas distintos e adjacentes teriam experimentado expansões e contrações de forma antagônica. Corythomantis greeningi apresentou fraca estruturação geográfica para o gene mitocondrial ND2 mas não para o COI. A análise do nDNA revelou a existência de duas populações, uma distribuída a leste e outra a oeste. As análises demográficas para C. greeningi indicam que a população do leste sofreu expansão tal como observado para outras espécies de anuros do bioma e a do oeste sofreu retração durante o UMG. Sugerimos que a população do oeste pode ter sido sujeita a retração devido a invasão de áreas úmidas na Caatinga antes de sua expansão. Essa dinâmica foi aproximadamente sincrônica e antagônica à retração da população de A. brunoi ao sul da MA, possivelmente refletindo a dinâmica geográfica antagônica dos biomas Caatinga e MA no UMG. A história evolutiva dos organismos aqui estudados sugere, de modo geral, que o passado dos biomas em que se inserem é complexo e sua história é complementar. |