Caracterização de Phaeomoniella chlamydospora de videiras do Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Marraschi, Renata
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/190998
Resumo: Phaeomoniella chlamydospora é considerado o fungo mais agressivo do complexo de patógenos, responsáveis por causar a doença de Petri em videira. Esse trabalho teve como objetivo caracterizar patologicamente, morfoculturalmente e molecularmente, uma população com 57 isolados de P. chlamydospora, oriundos de videiras de sete estados brasileiros. Todos os isolados foram molecularmente identificados como pertencentes à espécie P. chlamydospora, através da amplificação da região ITS e de partes do gene da beta tubulina (β Tubulin). Essa espécie já foi descrita ocorrendo nos estados de São Paulo, Pernambuco e Rio Grande do Sul. O presente estudo relata pela primeira vez a ocorrência deste fungo em videiras nos estados do Paraná, Santa Catarina, Minas Gerais e Mato Grosso. Posterior aos estudos moleculares, realizaram-se os seguintes ensaios: caracterização cultural dos isolados em meio de cultura BDA (batata dextrose ágar) e MEA (extrato de malte); caracterização morfológica de conídios, conidióforos e clamidósporos em meio de cultura MEA e SNA (sintético nutriente ágar); crescimento dos isolados em temperaturas de 5, 10, 15, 20, 25, 30 e 35ºC por 42 dias em meio BDA; e teste de patogenicidade em videiras ‘Niágara Rosada’ (incidência e agressividade). A análise de cultura identificou quatro características de colônia. Dessas, a mais comumente observada dentre os estados foi com o centro verde oliváceo com reentranças, e as bordas brancas de aspecto cremoso. A caracterização morfológica mostrou diferença significativa no crescimento das estruturas, quando crescidas em meio de cultura diferente, apontando maior desenvolvimento em meio de cultura MEA, quando avaliados os conídios e clamidósporos; e com maior crescimento no meio SNA, quando comparados os conidióforos. A faixa de temperatura ideal para o desenvolvimento do patógeno está entre 20 a 25ºC, enquanto que a temperatura de 5ºC mostrou crescimento totalmente nulo. Ao expor os isolados mantidos em 5ºC à temperatura de 25ºC por 42 dias, estes apresentaram crescimento mais significativo comparado aos crescidos direto à temperatura de 25ºC (efeito fungistático). Todos os isolados foram patogênicos para a videira ‘Niágara Rosada’. Os isolados apresentaram reisolamento e agressividade diferentes. Agrupando os isolados por estado, observou-se diferença apenas no reisolamento, destacando-se os isolados de Pernambuco. Apesar de diferenças culturais e morfológicas entre isolados, conclui-se que a população brasileira de P. chlamydospora apresenta baixa variabilidade genética. As suas características morfoculturais encontram-se dentro de padrões já descritos no mundo.