Influência de resíduos de casca de arroz e óleo de cozinha nas propriedades físico-mecânicas de blocos de adobe com solo siltoso

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Marques, Elizângela Dutra
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11449/252745
https://lattes.cnpq.br/0006327512344748
https://orcid.org/0000-0001-9242-2283
Resumo: Os tijolos de barro não queimados, conhecidos como blocos de adobe, são produzidos a partir de barro cru, secos ao ar livre e podem ser estabilizados com aditivos químicos. Geralmente, incorporam fibras naturais ou sintéticas e resíduos como agregados. A técnica de fabricação de adobe tem raízes históricas e pode ser uma alternativa mais sustentável em comparação com as técnicas contemporâneas. No entanto, trata-se de um tipo de construção vulnerável às intempéries, especialmente à água. A estabilização dessas estruturas é importante para o seu desempenho, uma vez que visa aprimorar determinadas propriedades mecânicas e físicas. O presente estudo tem como objetivo avaliar a influência da combinação de dois subprodutos (casca de arroz e óleo de cozinha usado) na estabilização dos blocos de adobe em relação às propriedades físicas e mecânicas. O estudo fundamentou-se em uma Revisão Sistemática da Literatura (RSL) e a fase experimental foi realizada no laboratório de mecânica dos solos da Faculdade de Engenharia e Ciências de Guaratinguetá (FEG), da Unesp, seguindo as Normas da ABNT correlatadas ao tema da pesquisa. Os testes de caracterização do solo indicaram que os parâmetros granulométricos estavam dentro dos limites mínimos necessários para a produção dos blocos de adobe, sem a necessidade de correção granulométrica. Para avaliar a utilização experimental dos resíduos na estabilização dos blocos de adobe, a casca de arroz foi empregada nas proporções (em relação ao peso do solo seco) de 0,3% e 0,6% combinadas com 1% de óleo de cozinha usado. Ainda foram testadas as mesmas proporções com 20% de areia. Os resultados obtidos não ficaram em conformidade com NBR 16814/2020 para blocos de adobe nos traços testados quanto à resistência à compressão. Observou-se que a composição contendo 0,3% de casca de arroz, combinada com 1% de óleo de cozinha usado, obteve o melhor valor de resistência à compressão após 120 dias de cura, registrando 0,83 MPa. Nos ensaios de absorção de água, a adição de óleo melhorou o desempenho em relação à absorção capilar, embora tenha reduzido a resistência mecânica. Os resultados mais favoráveis foram alcançados com uma taxa de absorção de 16% composta por 0,3% de casca de arroz, 1% de óleo de cozinha e 20% de areia na mistura. Além disso, a composição contendo 0,3% de casca de arroz, 1% de óleo de cozinha usado e sem adição areia apresentou uma taxa de absorção de 18,60% após 120 dias de cura, atendendo às diretrizes normativas. O estudo também demonstrou que a combinação de casca de arroz e óleo de cozinha usado melhorou simultaneamente as propriedades mecânicas e a absorção de água para esta composição. A proporção de 0,3% de casca de arroz resultou no aumento da aderência do material às partículas de argila presentes no solo, reduzindo a porosidade do bloco.