Genótipos resistentes, controle biológico e defensivos seletivos para o manejo integrado de Tetranychus evansi (Acari: Tetranychidae) em tomateiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Savi, Patrice Jacob [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: eng
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/217225
Resumo: O ácaro vermelho do tomateiro, Tetranychus evansi Baker & Pritchard (Acari: Tetranychidae), é uma praga invasora do tomateiro em vários países, com potencial de reduzir a produtividade em até 90% na África. Devido ao alto potencial biótico da praga, o manejo focado no uso de defensivos sintéticos muitas vezes não é eficiente ou insustentável ao longo do tempo, sendo necessária a sua integração com outros métodos de controle. Estudos anteriores encontraram em genótipos selvagens fonte expressiva de resistência (tricomas glandulares) que poderiam ser exploradas para aumentar o nível de resistência de variedades de interesse a esta praga. Além disso, Phytoseiulus longipes Evans (Phytoseiidae), encontrado na América do Sul, mostrou-se um promissor ácaro predador de T. evansi. No entanto, a integração deste ácaro predador em programas de MIP onde T. evansi é um problema sério requer conhecimento detalhado das interações com outras práticas de manejo. Dessa forma, objetivou-se com este trabalho estabelecer um sistema de manejo integrado para T. evansi com a aquisição de genótipos de tomateiro resistentes, biopesticides eficientes a T. evansi, um genótipo adequado que pudesse otimizar o desempenho do ácaro predador Phytoseiulus longipes Evans (Phytoseiidae) e com a definição de agrotóxicos comumente usado em tomateiro seletivos a esse predador. Os estudos foram conduzidos em condições de laboratório e semi-campo. As progênies F1, SPJ-10-2017 e SPJ-05-2018 obtidas cruzando o genótipo selvagem resistente [Solanum habrochaites, acesso PI 134417] com Solanum lycopersicum, cv TLCV15 [importante genótipo cultivado amplamente cultivado no Benin] herdaram significativos tricomas glandulares tipos I, IV e VI de seu pai resistente (PI 134417). As densidades de tricomas glandulares herdados pelos genótipos da progênie foram capazes de reduzir ou suprimir as infestações causadas por T. evansi. No entanto, o genótipo de progênie causou atrasos importantes no crescimento populacional e reduziu significativamente a sobrevivência e o potencial de predação de P. longipes. Os genótipos cultivados com maior número de tricomas não glandulares mostraram-se adequados para a implementação do programa IPM que visa otimizar o uso de P. longipes como agente de biocontrole. Os resultados demonstraram que o uso de biopesticidas à base de azadirachtin e oxymatrine apresentaram alta atividade contra T. evansi e pode ser uma importante alternativa para uso no manejo de T. evansi em substituição ou rotação com acaricidas sintéticos. Além disso azadiractina mostrou-se também mais segura ao ácaro predador tanto no controle biológico aumentativo quanto na conservação, enquanto a oximatrina mostrou-se adequada apenas para o controle biológico aumentativo se 10 dias for observado após aplicação. Os agrotóxicos comumente usados no sistema de cultivo do tomateiro como abamectina, propargite, imidacloprid e o fungo entomopatogênico Hirsutella thompsonii (Fischer) (Deuteromycetes) são mais compatíveis com o controle biológico aumentativo do que com a conservação se os prazos de segurança adequados forem respeitados antes da liberação. Os inseticidas piretróides (cipermetrina e deltametrina) e organofosforados (dimetoato, clorpirifós) não são compatíveis com o uso de P. longipes em programas de MIP. Esses resultados são importantes para o manejo sustentável dessa praga invasora e, ao mesmo tempo, fornecem diretrizes práticas que possibilitam uma melhor forma de uso de agrotóxicos em programas de MIP que visam conservar ou realizar liberações aumentativas do ácaro predador.