Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Lima, Thiago Corado [UNESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/194494
|
Resumo: |
Propõe-se neste estudo, com base na perspectiva piagetiana, investigar, analisar e refletir a respeito da compreensão dos professores de Educação Física sobre o conceito de socialização. Embora trate-se de um conceito muito utilizado pela área, vemos alguns equívocos em relação a compreensão de sua epistemologia por parte dos professores, refletidos no trabalho junto aos alunos. A análise histórica da Educação Física evidencia que as tendências de ensino e metodologias por ela incorporadas refletem em suas práticas uma estrutura de sujeição e passividade do aluno em relação à construção dos conhecimentos e no desenvolvimento de sua motricidade, o que compromete a construção de sua autonomia. Essa maneira de compreender a aquisição do conhecimento tem suas bases no empirismo e/ou apriorismo, além das influências do paradigma cartesiano (dualista) do homem incorporadas pelo percurso histórico da Educação Física que, em linhas gerais, reduzem as relações do sujeito com o conhecimento a um processo de mera transmissão. Nessa conjectura, equivocadamente, cristalizou-se a ideia de que os conteúdos da Educação Física, como os jogos, as lutas, a ginástica, os esportes, quando praticados nas aulas pelas crianças, como tal qual um passe de mágica, “imprimiriam” valores e conhecimentos e garantiriam alunos socializados. A Epistemologia Genética amplia nosso olhar sobre a maneira de compreender o processo de socialização uma vez que melhor explica a construção das estruturas cognitivas que possibilitam ao sujeito a capacidade de descentrar-se e cooperar reciprocamente, sendo capaz portanto, de emancipar-se tanto no campo social como no desenvolvimento intelectual. Esse processo evidencia um sujeito ativo na construção e recriação do conhecimento e dos sentimentos morais, essenciais para sua aprendizagem. Nesse sentido, para atingir o objetivo do estudo, realizamos uma pesquisa empírica, tendo como delineamento o estudo de casos múltiplos. Os sujeitos da pesquisa foram professores de Educação Física que lecionam nas séries iniciais da Educação Básica em escolas com modelos educacionais contrastantes, sendo eles a Educação Tradicional (convencional) e a Educação Democrática. Todos os sujeitos foram submetidos a dois momentos distintos: no primeiro, observamos o trabalho dos professores junto às crianças e no segundo, realizamos uma entrevista clínica “semiestruturada”. Os resultados permitiram observar que o conceito de socialização sob a ótica da Epistemologia Genética não é compreendido em sua totalidade pelos sujeitos observados, sobretudo por aqueles que atuam em escolas com modelo Tradicional. Percebemos que a ausência de tomada de consciência destes entre o conceito e a prática interfere em sua ação pedagógica e dificulta a justificativa de suas práticas com os alunos. Em contrapartida, verificamos que o educador do modelo de Educação Democrática caminha ao encontro dos pressupostos teóricos piagetianos, embora sua compreensão do conceito de socialização ainda seja inconsistente do ponto de vista teórico. Destarte, para além de pensar o conceito de socialização sob a luz da teoria da Epistemologia Genética, estima-se que este estudo contribua para futuras reflexões sobre o trabalho da Educação Física junto aos alunos, tendo como possibilidade a pesquisa educacional e pedagógica no contexto das escolas democráticas. |