Concordância entre o escore endoscópico de Mayo e o Índice Endoscópico de Gravidade da Colite Ulcerativa (UCEIS) na avaliação da atividade endoscópica na retocolite ulcerativa

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Shiroma, Daniel Mendes
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11449/250846
Resumo: A Retocolite Ulcerativa (RCU) é uma doença inflamatória crônica do cólon e reto, acometendo estes segmentos continuamente da porção distal para proximal. Varia em extensão e intensidade da inflamação, causando importante impacto na qualidade de vida, além de complicações graves. A colonoscopia é fundamental no diagnóstico e orientação terapêutica a ser adotada. A escolha dos medicamentos e até mesmo a necessidade de abordagem cirúrgica dependem de diversos fatores, que englobam aspectos clínicos, laboratoriais, endoscópicos e histológicos. A avaliação endoscópica da RCU é realizada de forma bastante difundida utilizando-se o Escore Endoscópico da Clínica Mayo. Porém, apesar de bem estabelecida entre os especialistas, este escore apresenta um caráter demasiadamente subjetivo, apresenta limitações tais como a falta de validação, a incapacidade de distinção entre úlceras superficiais e profundas e a classificação baseada no segmento do cólon com doença em atividade mais intensa, o que provoca considerável discordância entre examinadores na classificação da gravidade da doença. Com o objetivo de reduzir a subjetividade do escore de Mayo, foi desenvolvida um escore que contempla de forma mais objetiva os parâmetros observados à colonoscopia, o Índice Endoscópico de Gravidade da Colite Ulcerativa (Ulcerative Colitis Endoscopic Index of Severety - UCEIS). OBJETIVOS: Verificar se há relação entre a gravidade endoscópica encontrada nos escores de Mayo e UCEIS. Verificar se há concordância entre examinadores diferentes em relação à classificação endoscópica no escore de Mayo e UCEIS. Relacionar os achados endoscópicos e suas respectivas classificações no escore de Mayo e UCEIS a parâmetros clínicos como idade, sexo, raça e extensão do acometimento pela doença. MATERIAIS E MÉTODOS: O trabalho foi realizado com os pacientes portadores de RCU atendidos no ambulatório de DII do HC-UNESP. Os pacientes foram submetidos à colonoscopia, que foi gravada em forma de vídeo e avaliada por três examinadores diferentes. Cada examinador classificou os achados endoscópicos conforme os escores de Mayo e UCEIS. As classificações e gravidade encontradas por cada examinador foram comparadas entre cada escore e entre os examinadores. Foi também realizado um levantamento do perfil dos pacientes atendidos no ambulatório (idade, sexo, raça e extensão de acometimento pela RCU), que foi relacionado à gravidade endoscópica encontrada nas suas respectivas colonoscopias. RESULTADOS: Foi observada uma relação significativa entre os índices de gravidade encontrados no escore de Mayo e no UCEIS quando comparadas pelo mesmo observador. Assim como houve também correlação significativa entre os escores encontrados pelos três observadores tanto no escore de Mayo quanto no UCEIS, com ligeira superioridade neste último. CONCLUSÃO: A colonoscopia é um procedimento fundamental na avaliação da RCU. O exame realizado por profissionais capacitados e experientes na avaliação desta enfermidade traz informações muito importantes para o seguimento do paciente, e com alto grau de confiabilidade quando usados escores com termos descritivos e classificação de gravidade bem estabelecidos. O escore UCEIS mostrou-se superior ao de Mayo em relação ao grau de concordância entre os observadores. O cruzamento de informações sobre o perfil de cada paciente e da gravidade endoscópica da sua doença auxilia na oferta de um tratamento otimizado e individualizado visando a remissão da RCU.