Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Vanderley, Selma de Fatima |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://hdl.handle.net/11449/251076
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Resumo: |
Esta tese tem como objetivo analisar se as cotas raciais contribuem para a construção da identidade coletiva e individual de graduados/as e/ou graduandos/as cotistas de universidade pública. As políticas de ação afirmativa do tipo cotas raciais foram importantes para a democratização do acesso ao ensino superior e enquanto espaço de visibilidade e transformação do grupo beneficiado, das instituições e das pessoas. Essa política foi importante para a construção de uma sociedade mais democrática e as resistências engendradas pelas diversas frentes negras ao longo da história tem parte importante nessas conquistas. Considerando esse contexto, a pesquisa foi realizada na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul - UFMS, câmpus Cidade Universitária, para conhecer, por meio de entrevistas, a vivência dos/as graduados/as e graduandos/as que ingressaram no ensino superior por meio da Lei n. 12.711/2012, no critério cotista racial e que passaram pela avaliação da banca de heteroidentificação. A pesquisa também objetiva analisar a visão dos/as agentes implementadores/as, sobretudo, a partir do trabalho realizado no processo de implantação das cotas e das bancas de heteroidentificação. As expectativas em relação ao acesso ao ensino superior e os benefícios líquidos que são reverberados pela política pública, como posicionamento político-identitário, pertencimento e lutas por direitos, foram vislumbrados por meio desta pesquisa. A construção da identidade negra é uma ação contínua que, para muitos, faz parte do meio social em que estão inseridos, podendo este colaborar ou não com esse processo. O ingresso na universidade por meio das cotas raciais é um momento em que os sujeitos, em sua maioria jovens, ratificam um pertencimento já estabelecido ou precisam se posicionar, assumir esse pertencimento ao grupo, público alvo da política pública, ao se autodeclararem negros (pretos ou pardos) e serem assim heteroidentificados. A pesquisa demonstrou que ambas as situações fazem parte desse processo e que, além dos benefícios mensuráveis estatisticamente, as cotas raciais abarcam inúmeros ganhos sociais, de mobilização, posicionamento, pertencimento e, principalmente, quando se torna uma ação política entre os beneficiários, quando estes se reconhecem detentores do direito, sujeitos da mudança e influenciadores de seu meio. A política pública alcança assim uma vocalização e um poder transformador que ultrapassa as expectativas dos beneficiários diretos, alcançando uma transformação não só do sujeito, mas, de forma gradativa, das instituições e da sociedade. |