Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Franceschini, Julia Vasconi |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/194180
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Resumo: |
A perda e a fragmentação do habitat são os principais fatores de risco para a biodiversidade em função da redução das áreas de vida e do conflito com seres humanos. Estima-se que a vegetação nativa do Cerrado esteja reduzida a 20% de sua área original e o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC) proteja apenas 2,9% do bioma. O lobo-guará (Chrysocyon brachyurus) é o maior canídeo das Américas e ocorre nas áreas abertas deste bioma e em áreas alteradas como pastagens e canaviais. Sua ocorrência em áreas antropizadas é possível em função da dieta generalista e do hábito alimentar oportunista e, ainda que a manutenção da espécie ocorra mesmo em áreas degradadas, seu status atual de ameaça é avaliado como “Vulnerável”. Neste estudo, descrevo a dieta do lobo-guará em quatro Unidades de Conservação do estado de São Paulo e avalio a importância do entorno das áreas protegidas em função da composição da dieta. Amostrei as áreas entre 2011 e 2019 e obtive 166 amostras de fezes de loboguará, em que pude identificar 74 categorias de itens alimentares e 815 registros de ocorrência. A análise das 91 amostras coletadas no Parque Estadual Furnas do Bom Jesus evidenciou o alto consumo de lobeira (Solanum lycocarpum) e pequenos roedores, e a sazonalidade influenciou no consumo de artrópodes. A dieta do lobo-guará na Estação Ecológica de Jataí foi analisada a partir de 39 amostras coletadas, que indicaram a lobeira, pequenos roedores e aves como os itens mais frequentes em termos de frequência de ocorrência. A sazonalidade influenciou no consumo de miscelânea de frutos, didelfídeos, aves e itens inorgânicos. No Parque Estadual de Vassununga a análise de 19 amostras coletadas revelou pequenos roedores como os itens mais consumidos em termos de frequência de ocorrência, miscelânea de frutos foi a categoria vegetal mais consumida e cana-de-açúcar (Saccharum spp.), amendoim (Arachis hypogaea) e araçazinho (Myrcia tomentosa) superaram o consumo de lobeira nesta área. Didelfídeos, itens inorgânicos e lobeira tiveram o consumo influenciado pela sazonalidade. A dieta do lobo-guará na Estação Ecológica de Itirapina foi analisada a partir de 17 amostras coletadas e, em termos de frequência de ocorrência, pequenos roedores foi a principal categoria consumida e a influência da sazonalidade foi observada apenas no consumo de aves. Dentre os frutos houve o predomínio de lobeira, Annona sp. e araçazinho. Os resultados obtidos revelaram similaridade da dieta entre as áreas e baixa associação entre a paisagem e a composição de itens, indicando que embora os remanescentes de vegetação nativa encontrem-se cada vez mais fragmentados, a espécie continua se alimentando principalmente de itens 7 nativos. Estre trabalho, portanto, evidencia a grande importância de uma paisagem heterogênea e a preservação dos remanescentes de vegetação nativa de Cerrado para a manutenção das populações de lobo-guará e outras espécies de carnívoros generalistas. |