Produção de biossurfactantes por Candida tropicalis utilizando resíduos do processamento do abacaxi (Ananas comosus) como substrato

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Ferrassoli, Karina Peres
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/182122
Resumo: Biossurfactantes são grupos de compostos químicos produzidos por bactérias, fungos e leveduras através da biodegradação de matérias-primas renováveis. Tais compostos possuem característica anfipática, agindo como emulsificantes de hidrocarbonetos. São polímeros que formam micelas que se acumulam na interface entre líquidos de diferentes graus de polaridade. A utilização de biossurfactantes tornou-se uma alternativa bastante interessante em substituição aos surfactantes sintéticos, pois geram menor impacto ambiental devido à sua biodegradabilidade, diversidade estrutural e baixa toxicidade. O abacaxi é uma fruta tropical muito consumida no Brasil, principalmente o suco e a fruta “in natura”, gerando assim uma grande quantidade de resíduos como a casca e o talo de abacaxi. O presente trabalho teve como objetivo a produção de biossurfactante por meio da fermentação dos resíduos hidrolisados do processamento do abacaxi (Ananas comosus), por Candida tropicalis. A hidrólise foi realizada utilizando diferentes concentrações de ácido sulfúrico submetidas a diferentes tempos de aquecimento em autoclave. Foram realizadas análises de açúcares, composto fenólico e produção de biossurfactantes. Os resultados indicaram que a melhor concentração de ácido sulfúrico para realização da hidrólise foi 2,5% de H2SO4 com tempo de aquecimento de 15 minutos. A desintoxicação diminuiu a quantidade de compostos fenólicos. Foi determinada a melhor forma da produção de biossurfactantes por fermentação durante 12 horas e utilizando como fonte de carbono os hidrolisados da casca de abacaxi, talo de abacaxi e glicose na concentração de 5%. A partir destes resultados testou-se a capacidade de produção de biossurfactante utilizando o hidrolisado da casca e do talo de abacaxi e glicose. Os biossurfactantes produzidos após 2h, 4h, 6h e 8h em todos os substratos mantiveram um índice de emulsificação menor do que 50%, já os biossurfactantes produzido após 10 horas de fermentação tiveram valores próximos de 50% e mantiveram a estabilidade da emulsão acima das 24 horas. Os resultados obtidos para atividade emulsificante mostraram que quanto maior for a concentração de biossurfactante e maior o tempo de fermentação maior foi o valor de atividade emulsificante. Foram constatadas reduções da tensão superficial para os biossurfactantes produzidos a partir dos hidrolisados de todos os substratos. Deste, o biossurfactante obtido usando o hidrolisado do talo reduziu a tensão superficial até 30 mNm-1. A concentração micelar crítica teve seu valor menor também com o biossurfactante produzido pelo hidrolisado do talo de abacaxi, porém todos os substratos mantiveram valores baixos o que indica que os biossurfactantes produzidos foram eficazes. Foi analisado o índice de emulsificação em ensaios imitando um molho tipo francês. A formulação contendo 6 mL de biossurfactante estabilizou a mistura melhor. A análise em tempos de 15 em 15 dias verificou que com essa formulação há uma estabilização do molho, havendo pouca variação nos 120 dias analisados.