Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Lima, Marcia Machado de [UNESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/136416
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Resumo: |
Narradores e Clandestinidade em Contos de Os Cavalinhos de Platiplanto de José J. Veiga: uma possibilidade de discussão sobre o espaço ficcional, analisa o espaço na experiência dos narradores em primeira pessoa em “Ilha dos Gatos Pingados”, “Tia Zi Rezando”, “Roupa no Coradouro”, “Fronteira”, “Usina Atrás do Morro” e “Os do Outro Lado”. Para estabelecer dados iniciais, levantou-se as marcas da espacialidade nos textos de criação e na recepção crítica: sobre os cenários e objetos sertanejos e a posição da crítica regionalista goiana e; os espaços fronteiriços caracterizados pelo real representado que inclui a dimensão do insólito, seus objetos e figuras, em pleno movimento de transgressão do real. A partir do posicionamento da pesquisadora, dividiu-se as análises dos contos, em dois momentos. Primeiro, utilizou-se a teoria sobre o narrador de Franz Stanzel(1971), sobre a modulação do “eu” entre experiencing self e narrative self na elaboração do relato em primeira pessoa; as teses sobre o conto, de Ricardo Piglia(1980) como operadores para a abordagem do gênero, quais sejam, um conto sempre apresenta duas histórias e a primeira é contada nos interstícios da segunda; o aporte abrangente de Bourneuf & Ouellet(1976) sobre o espaço na narrativa; a definição de “fronteira” como limiar que se habita, por Wilson Alves-Bezerra(2008); as contribuições da teoria social de Pierre Bourdieu(1989) sobre a performatividade do espaço, variável que incide nos esquemas de percepção do real. Confirmar os recursos do fantástico literário na escrita veigueana ensejou estabelecer o segundo momento, com base nas proposições de David Roas(2008;2011;2012;2014) sobre a transgressão do real e implicações no fantástico literário; de Todorov(2006;2003;2013) sobre o real representado; de Jean Paul Sartre(1947) acerca de obras do fantástico, especificamente Aminadab, de Maurice Blanchot, O Processo(1925) e O Castelo(1926), de Franz Kafka, cuja comparação permitiu ao crítico reconhecer o espaço dentro do espaço e a identificação do leitor com o herói, como recursos expressivos de “técnica antiga”, superada na obra de 1926 do autor tcheco; de Patricia Garcia(2012) sobre o fantástico de espaço, quando o evento insólito é próprio do mundo e não provocado por um agente externo. Os resultados da investigação empreendida permitiram: reconhecer, em Veiga, ênfase ao “espaço dentro do espaço” e “identificação do leitor com o herói”, no registro da “técnica antiga” do fantástico literário, e a intenção de problematizar a condição humana e a formação; os narradores são escolhidos dentre aqueles que estabelecem o relato sobre a experiência vivida no limiar no qual passam a habitar, em plena clandestinidade, através da modulação do “eu”. Do espaço clandestino, reagem, vislumbram as condições de emancipação, confrontam os dispositivos integradores e violentos do mundo adulto e, por vezes, revidam. Deste modo, demonstramos que a clandestinidade e o processo de constituição de um espaço dentro do espaço incidem performativamente sobre os esquemas de percepção do narrador-menino acerca da realidade. |