O que narram as alfabetizadoras a respeito da formação em alfabetização matemática para os estudantes público-alvo da educação especial: experiências a partir do Pacto Nacional pela Alfabetização da Idade Certa (PNAIC)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Souza, Renata Aparecida de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11449/254986
Resumo: Este trabalho tem por objetivo geral investigar a política de formação continuada do Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (PNAIC) no ano de 2014, com foco na Educação Especial, buscando compreender essa formação em seus diferentes contextos: o de influência, o de produção de texto e o da prática de professoras alfabetizadoras pertencentes ao Vale do Jauru, estado de Mato Grosso. A pesquisa é de caráter qualitativo, articulada à da História Oral, e mobiliza a Abordagem do Ciclo de Políticas públicas de Stephen J. Ball (2011). Esse ciclo é composto por três contextos principais: o da influência, o da produção de texto e o da prática. A pesquisa está centrada, principalmente, no contexto da prática, considerando o efeito de primeira ordem, a partir de sete narrativas de professoras alfabetizadoras da referida região. São também considerados quatro contextos elaborados por Ball, Manguire e Braun (2021): os situados, as culturas profissionais, os materiais e os externos. Como resultados, é possível afirmar que, ao atuar com a política no contexto da prática, há diversas interpretações e atuações possíveis, justamente pelo fato de que os contextos de atuação e as pessoas que neles atuam são distintos. As narrativas das professoras alfabetizadoras evidenciaram que houve uma mudança entre a proposta prescrita para o programa e a atuada no referido ano — ou seja, houve diferentes formas de interpretação do PNAIC de Matemática, principalmente em relação ao material da Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva. As atrizes que atuaram com essa política, especificamente em relação à Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva, tiveram diversos posicionamentos em relação aos momentos de reflexões, à troca de experiências entre os pares, à produção coletiva de materiais e à execução das atividades lúdicas em sala de aula com os estudantes público-alvo da Educação Especial. A História Oral, articulada à Abordagem do Ciclo de Políticas, teve um papel fundamental nesta pesquisa. Por sua vez, as fontes históricas foram importantes para atribuir significados à produção de conhecimento no campo da Educação Matemática. Essas fontes possibilitaram-nos um conhecimento mais verticalizado sobre a formação continuada do PNAIC de Matemática realizado em sete municípios do Vale do Jauru, a partir do protagonismo das sete professoras alfabetizadoras colaboradoras. Além disso, impulsionaram o entendimento de que a política pública, no campo educacional, não pode ser vista de maneira linear, como forma de “implementação” direta de ações no contexto da prática — ou seja, a ideia de que houver uma “implementação” deve ser revista e reconsiderada, pois cada política sofre alterações, desde o seu processo de construção até o seu desenvolvimento no contexto da prática, de onde se conclui que não se “implementa” algo pronto quando se trata de políticas públicas. Sendo assim, tais políticas devem levar em consideração os contextos da prática, pois eles são diversos, dadas as singularidades regionais, locais, sociais e culturais e as condições de trabalho de cada professora, bem como as suas histórias formativas, os seus valores e as suas crenças em relação ao processo de ensino e de aprendizagem.