Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Barbosa, Vinicius Sales |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://hdl.handle.net/11449/252415
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Resumo: |
Em 1975 o jornalista Marcos Faerman lançou na cidade de São Paulo a publicação alternativa intitulada de Versus. Tal periódico foi publicado até o ano de 1979 e fez parte da imprensa alternativa. Modalidade de jornalismo a se opor ao produzido pela chamada grande imprensa – à época, consolidada como imprensa-empresa, ou seja, baseada na definição da notícia como mercadoria, com vistas ao maior público possível e ao lucro privado, mediante arranjos políticos, nem sempre explicitados, com o grande capital, inclusive o internacional, e governos, no caso, os da Ditadura Militar. Mas é certo que, no período, parte da grande imprensa já trilhava a oposição a tal regime, sobremodo pelo seu flagrante desrespeito aos direitos humanos e o arrefecimento de elementos do liberalismo econômico; evidentemente, agindo assim dentro do campo de possibilidades da então processada Abertura política. Neste quadrante jornalístico e político, a imprensa alternativa, emergida com base em posicionamentos político-ideológicos, estéticos e comportamentais opostos ao status quo, funcionou como um espaço de crítica e resistência ao poder fardado, além de contraposições ao publicado pela grande mídia, mediante criatividade e vários experimentos jornalísticos, tanto em forma quanto em conteúdo (textuais e/ou imagéticos). Por intermédio de sua original linha político-cultural, Versus trouxe para as suas páginas a discussão de temas variados, especialmente o passado e a resistência dos povos da América Latina. Essa orientação editorial plural foi responsável por integrar na redação do periódico membros do Movimento Negro e militantes de movimentos de esquerda, estes últimos responsáveis por realizarem significativas mudanças editoriais e imprimirem uma linha político-partidária ao longo do percurso final de publicação. Como objetivo central desta dissertação, optou-se por verificar como os conteúdos que discutiram o cinema da época, principalmente o brasileiro, exibiam as características da resistência cultural-política defendida pelos editores e colaboradores de Versus. De modo a cumprir com o objetivo proposto, decidiu-se pelo uso da metodologia de apreciação da imprensa na pesquisa histórica em conjunto com o método de Análise de Conteúdo proposto por Laurence Bardin, que oferece subsídios para perceber os interesses na construção de um texto e como ele se relaciona com o seu histórico contexto de produção. Com base nas análises empreendidas, percebeu-se que as orientações editoriais de Versus condicionaram a elaboração dos conteúdos sobre cinema apresentados no periódico. No decurso da fase político-cultural, houve a publicação de materiais produzidos a partir de experimentações gráfico-textuais e de pluralidades temáticas, enquanto que, na diretriz político-partidária, existiu uma preponderância de conteúdos que enfocaram o Cinema Novo como o movimento cinematográfico possuidor de características políticas e estéticas que concederiam base a uma parcela da resistência cultural-política defendida pelos editores, jornalistas e colaboradores do impresso alternativo. |