Aspectos gerais da criação de Ceraeochrysa cincta (Schneider, 1851) (Neuroptera: Chrysopidae) em laboratório

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Pinto, Matheus Moreira Dantas
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/183679
Resumo: No controle biológico, além dos microrganismos benéficos, devem ser também destacados parasitoides e predadores, sendo um bom exemplo deste último grupo, os crisopídeos (Neuroptera: Chrysopidae). O controle biológico aplicado, com a utilização de insetos predadores, como é o caso dos crisopídeos, está na dependência de alguns fatores, destacando-se dentre eles o conhecimento da biologia do inseto e a necessidade do domínio de uma técnica de criação eficiente e econômica em laboratório, que permita sua produção massal para subsequentes liberações em áreas de exploração agrícola. Já é de conhecimento que larvas de alguns crisopídeos são mantidas em laboratório, com boa eficiência, alimentadas com fontes de alimento obtidas de outras criações de insetos também mantidas em laboratório, dentre os quais podem ser destacados ovos de alguns lepidópteros. Ovos de Corcyra cephalonica (Stainton, 1866) (Lepidoptera: Pyralidae) são benéficos ao desenvolvimento de crisopídeos, produzindo adultos com alta viabilidade, porém há poucos relatos que estabelecem relação entre a espécie com Ceraeochrysa cincta (Schneider, 1851). Assim, este estudo teve por objetivo analisar o desempenho biológico de Ce. cincta alimentada com ovos de C. cephalonica, por três gerações, bem como fatores relacionados a técnicas de manipulação das diferentes fases deste predador na sua criação. Os ovos para os bioensaios com Ce. cincta foram coletados nas gaiolas de adultos com o auxílio de três instrumentos de corte, sendo dois tipos de tesoura, uma de haste longa e outra convencional de ponta fina, além de um aparelho feito a partir de uma lâmina de estilete adaptada a um aparelho de barbear. Foram realizadas 10 coletas para cada um dos três instrumentos, sendo então feita avaliação de perdas por fratura dos ovos coletados, bem como da praticidade que cada instrumento oferece para a realização da coleta. Com a lâmina foram obtidos em média de 228 a 706 ovos, tendo 24,5% de perdas; com as tesouras de ponta fina e de haste longa foram coletados 641 e 695 ovos, respectivamente, sem perdas por dano no cório. O uso do estilete adaptado mostrou-se mais adequado para as coletas de ovos destinadas a manutenção da criação, porém com certa porcentagem de perda, enquanto tesouras proporcionam coletas de ovos mais segura e com menos perda, sendo a tesoura de haste longa mais adequada, em relação àquela de ponta fina. Foi constatado que ocorre oviposição de ovos sem pedúnculo em Ce. cincta, com os ovos sem pedúnculo não ocorrendo a formação de embriões, sendo que com parte dos ovos colocados sem pedúnculo ocorre canibalismo filial. Este é o primeiro registro deste comportamento com a espécie Ce. cincta. Também foram avaliados, ao longo de três gerações, aspectos biológicos de Ce. cincta. Larvas foram obtidas a partir de 100 ovos individualizados e provenientes da criação estoque mantida no LBCI, obtendo-se o período de incubação, a duração de cada ínstar larval e suas viabilidades, além do período e viabilidade pupal. A partir da emergência dos adultos oriundos das larvas geradas pelos 100 ovos, foram tomados aleatoriamente 15 casais e colocados em gaiolas de postura, acompanhando-se seus desenvolvimentos até a morte. Durante a longevidade, as avaliações foram iv realizadas a cada 24 horas, determinando-se: período de pré-oviposição, número e viabilidade de ovos ao longo da longevidade das fêmeas. Com os resultados encontrados foram construídas tabelas de vida de fertilidade para as três gerações. Os períodos larvais completos das três gerações tiveram média entre 13 e 14 dias, sendo os períodos de incubação semelhantes e de aproximadamente 5 dias. As durações dos ínstares foram de 5,0, 4,58 e 5,12; 4,0, 4,56 e 4,55; e 5,09, 4,26 e 4,8) para o primeiro, segundo e terceiro instares, respectivamente da primeira, segunda e terceira gerações. Os períodos pupais das três gerações foram de 12,78, 14,36 e 13,26, respectivamente, sendo que o peso de pupas e a longevidade de machos e fêmeas não diferiram nas três gerações. Houve diferença nos parâmetros da tabela de vida de fertilidade da primeira geração, quando comparados com aqueles da segunda e terceira gerações, sendo eles mais positivos para a primeira. Assim, conforme ocorre o avanço no número de gerações, o desenvolvimento da população é prejudicado.