Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Souza, Fernanda Vargas Barbi de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/182285
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Resumo: |
A Etnobiologia é uma disciplina que auxilia a melhor compreensão dos processos de investigação que envolvem o homem e a natureza, trazendo informações importantes ao manejo e gestão dos ecossistemas e recursos naturais. O caranguejo-uçá é um crustáceo decápodo endêmico de manguezais, intimamente associado à sua vegetação arbórea, encontrando-se distribuído por todo este ecossistema no litoral brasileiro. Desempenha importante papel nos processos ecossistêmicos, participando ativamente da bioturbação dos sedimentos, do fluxo da matéria orgânica e energia, afetando toda a cadeia trófica dos ambientes costeiros. Dessa forma, o presente estudo visa levantar informações socioeconômicas, bem como conhecimentos etnobiológicos dos catadores do caranguejo-uçá do Estuário do Rio Itanhaém (SP), relativos aos eventos biológicos (crescimento e reprodução) desta espécie, bem como do período de defeso, técnicas e localização das áreas de captura e sobre sua percepção quanto a conservação dos manguezais. Mais do que isso, tais resultados do conhecimento empírico foram confrontados aos dados científicos disponíveis na literatura carcinológica. Como hipótese inicial indicamos que os dados etnocarcinológicos do caranguejo-uçá (biologia, extração e período de defeso) fossem confirmados em mais de 70% pelos dados científicos já obtidos. Os catadores de caranguejo conhecidos, bem como outros por eles indicados (técnica snow ball) foram indagados através de um questionário quanto a ocorrência mensal, durante um ano, sobre os estágios biológicos do caranguejo-uçá, em especial relativos à época de crescimento (maiores incidências de muda e do “caranguejo-leite”) e época reprodutiva (“andada”, briga entre machos, cópula e registro de fêmeas ovígeras), no manguezal do Rio Itanhaém (SP). Além disso, foi realizado um levantamento bibliográfico sobre estes eventos biológicos e seu período de ocorrência, confrontando estes dados com aqueles oriundos do conhecimento etnobiológico. Foram entrevistados nove catadores de caranguejo que atuam nos manguezais do Rio Itanhaém, quantidade esta que superou em 80% o número indicado pela colônia de pescadores para a área em estudo. O período de muda indicado pelos catadores (junho a dezembro: 7 meses) foi mais amplo do que o constatado pela literatura (julho a novembro: 5 meses), sendo confirmada uma associação positiva e significativa entre a incidência de muda e o registro do caranguejo-leite (r=0,87; p<0,05), com correspondência de 80% ao conhecimento científico. Os resultados obtidos para os quatro estágios biológicos relacionados à reprodução, apresentaram correlação positiva e significativa entre si (r≥0,92; p<0,05), com 76,2% de confirmação pelos dados científicos. De modo geral, os resultados etnobiológicos obtidos confirmaram 77,4% das informações previamente obtidas pelo método científico, reforçando a relevância e acuidade do conhecimento tradicional por percepção humana na interpretação de dados da natureza. |