Qualidade microbiológica e perfil de sensibilidade antimicrobiana dos isolados de tilápias (Oreochromis spp.) de pesque-pague da microrregião do Estado de São Paulo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Costa, Thayssa Duarte [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/136262
Resumo: A criação racional de peixes desempenha um importante papel na economia brasileira e a existência de áreas de lazer para a população acaba promovendo a pesca como uma atividade esportiva, recreativa ou de caráter cultural para a região. Porém, as negligências sanitárias nos pesque-pague aumenta a possibilidade de veiculação de doenças transmitidas pela ingestão desses peixes. Há ainda a preocupação quanto aos antimicrobianos, pois o uso indiscriminado e/ou errôneo destes favorece a seleção de micro-organismos resistentes. Com base nos fatos mencionados o presente estudo teve como objetivo avaliar a qualidade microbiológica e verificar o perfil de sensibilidade antimicrobiana dos isolados de tilápia (Oreochromis spp.) oriundas de pesqueiros da microrregião centro-leste do Estado de São Paulo, Brasil. Para tanto, verificou-se o atendimento as exigências microbiológicas da legislação vigente - RDC n°12/ANVISA - para pescado fresco (peixe inteiro e filés), além da enumeração de coliformes termotolerantes e verificação da presença de Listeria spp., bem como avaliar a sensibilidade antimicrobiana dos isolados. Foram realizadas nove colheitas, quinzenalmente, em dois pesque-pague (Azul e Vermelho) e após o abate e filetagem no próprio estabelecimento, os 18 peixes inteiros e os 18 filés foram transportados para o laboratório para análises, durante o período de setembro/2014 a fevereiro/2015. Os resultados mostraram que, de acordo com a legislação vigente, apenas 11 (30,55%) amostras atendem ao estabelecido, sendo as amostras de filé apenas 4 (22,23%) obtidas do pesque-pague Azul e 3 (16,67%) do Vermelho seriam consideradas próprias para o consumo; já para amostras de peixe inteiro, nenhuma do pesque pague Azul estava apta para o consumo e do pesque-pague Vermelho 4 (22,23%) estariam aptas. O número mais provável de coliformes termotolerantes variou de <0,3x10(0) a 1,1x10(3) NMP.g(-1) nos filés e 0,9x10(0) a >1,1x10(3) NMP.mL(-1) nos peixes inteiros. Foram encontrados nas amostras 13 (36,12%) isolados de Listeria spp., sendo 6 (46,15%) dos filés e 7 (53,85%) dos peixes inteiros; e a confirmação da presença de Listeria monocytogenes ocorreu em 2 (15,38%) filés e 3 (23,07%) peixes inteiros. Dos cinco antibióticos testados em comum com o grupo de isolados estudados, a ciprofloxacina e a gentamicina se destacaram no controle dos Gram-negativos, enquanto que a ciprofloxacina, o florfenicol e a tetraciclina se destacaram nos Gram-positivos. Os dados levantados servem de alerta às autoridades, visto que houve a presença de micro-organismos cotados pela legislação e presença de patógenos nas amostras, além de resistência a antimicrobianos usados tanto na veterinária quanto na medicina humana, demonstrando necessidade de fiscalização nos locais.