O projeto cinematográfico da Secretaría de Educación Pública do México: tensões e ambiguidades em torno do filme Redes (1934-1936)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Martins, Anderson Montagner
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
SEP
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/158285
Resumo: Em 1933, a Secretaría de Educación Pública (SEP) do México criou o seu Plan para la filmación de películas educativas, um projeto cinematográfico financiado pelo Estado que tinha como objetivo produzir uma série de filmes com o intuito de se forjar uma consciência socioeconômica na população. O projeto foi criado no mesmo período em que o Partido Nacional Revolucionario (PNR) elaborou o seu Plan Sexenal, documento que continha as diretrizes governamentais do mandato de seu candidato oficial, Lázaro Cárdenas, vitorioso nas eleições de 1934. Entre as medidas propostas pelo PNR estava a polêmica reforma educacional que implantou a “educación socialista” no país. O foco central da nossa pesquisa é o único filme concluído do projeto cinematográfico da SEP, Redes, produzido entre os anos 1934 e 1936. O filme narra a luta de um grupo de pescadores contra as injustiças impostas por um comerciante e um candidato político. A mensagem de Redes é bem clara: somente através da união entre os trabalhadores é possível superar a exploração da qual são vítimas. Os principais envolvidos na criação de Redes foram o compositor e maestro mexicano Carlos Chávez (1899-1978), então chefe do Departamento de Bellas Artes da SEP e o fotógrafo nova-iorquino Paul Strand (1890-1976), que estava no México desde 1932 realizando um projeto fotográfico. Nossa hipótese é que Redes pode ser considerado tanto resultado de uma política cultural revolucionária da SEP, que se radicalizou após a criação do PNR, quanto uma obra pessoal de Paul Strand. O nosso objetivo é refletir como Redes se insere em tal contexto político e cultural e, através da análise fílmica, apontar as tensões e ambiguidades presentes no discurso cinematográfico. Com isso, pretendemos identificar as aproximações e as rejeições entre o filme e o projeto ideológico-estético, tanto da SEP quanto de Paul Strand.