Fronteira, religião, cidade: o papel da igreja católica no processo de organização sócio-espacial de Fátima do Sul/MS (1943-1965)

• Ano de defesa: 2006
• Autor(a) principal: Ponciano, Nilton Paulo [UNESP]
• Tipo de documento: Tese
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
• Palavras-chave em Português: Colonização; Igreja Católica; Catholic church; Colonization; Agricultural frontier
• Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/103192

Esta pesquisa examina o processo de organização sócio-espacial da cidade de Fátima do Sul, MS, de 1943 a 1965, enfatizando neste, o papel de uma das instituições religiosas mais importantes do Ocidente, a Igreja Católica do Brasil. Partindo da política de colonização do Brasil Central, planejada e executada pelo Estado Novo, intitulada - Marcha para Oeste - , analisando as intenções e os efeitos deste projeto para a região do extremo sul de Mato Grosso, locus da implantação da Colônia Agrícola Nacional de Dourados, em 1943, procurou-se reconstruir historicamente a contribuição da Igreja Católica, a partir da ação desta instituição no cotidiano dos migrantes daquele período. Nesta análise, privilegiou-se o olhar para a participação da Igreja Católica na organização da cidade de Fátima do Sul, que se localiza no interior da Colônia e sua contribuição na formação da identidade local. Este estudo focaliza, assim, a ação dos padres católicos na constituição desta cidade, baseando-se na perspectiva histórico-antropológica e na observação em micro-análise. Buscou-se, para desenvolver esta análise, um mosaico de documentos escritos (oficiais e não-oficiais), depoimentos orais e fontes iconográficas, por considerar que para se estudar as práticas da Igreja Católica é necessário ir além dos documentos escritos oficiais, uma vez que estes apresentam, geralmente, lacunas entre a proposta teórica e a prática. A partir da análise destas fontes e combinando um referencial teórico que discute o papel do capital e do trabalho no processo de desbravar e colonizar o interior brasileiro, argumentar-se que a Igreja Católica participou ativamente do processo de colonização e organização sócioespacial da cidade em estudo, conferindo a esta uma ordem, um nome e uma identidade.