Efeitos da suplementação com ácido oleico e linoleico conjugado na secreção de prostaglandina E2 e F2α em células trofoblásticas bovinas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Lourenço, Valeska de Castro
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/235152
Resumo: A mortalidade embrionária precoce, ocasionada por falhas no reconhecimento materno-fetal (RMF) nas primeiras três semanas após a fertilização, representa a maior causa de ineficiência reprodutiva em fêmeas bovinas de corte. Estratégias que favoreçam tal reconhecimento baseiam-se em reduzir a capacidade de síntese da prostaglandina F2α (PGF2α) pelo endométrio materno e/ou maximizar o estímulo anti-luteolítico induzido pelo concepto, incluindo o aumento da síntese de prostaglandina E2 (PGE2). A PGE2, sintetizada pelo endométrio materno e células trofoblásticas do concepto, determina efeitos anti-luteolíticos e luteotróficos que favorecem o RMF. O ácido oleico (OA) e o ácido linoleico conjugado (CLA), reconhecidamente determinam modificações na via metabólica do ácido graxo poliinsaturado n-6 na biossíntese de eicosanóides, incluindo as prostaglandinas. Tal efeito, não foi avaliado em células trofoblásticas bovinas (CT-1). Hipotetizou-se que a suplementação com OA ou CLA, no meio de cultura de CT-1 aumenta a síntese de PGE2, diminui a síntese de PGF2α e aumenta a relação PGE2/PGF2α, sendo tal efeito dose-dependente. Objetivou-se determinar os efeitos da suplementação com OA (50, 100, 200, 500, 1000 μM e grupo controle) ou CLA (10, 20, 50, 100 μM e grupo controle) por até 72 horas, no cultivo in vitro de CT-1, na síntese de PGE2 e PGF2α, mensuradas por ensaio de imunoabsorção enzimática (ELISA). Assim, células CT-1 foram cultivadas em garrafas de cultivo celular por 22 dias em incubadora umidificada a 38,5°C e 5% CO2 até atingirem uma confluência de 100%. No 23º dia as CT-1 foram transferidas para placas de 6 poços com meio DMEM (1X) + GlutaMAX suplementado com 10% de soro fetal bovino (SFB), 1% de aminoácidos não essenciais, 1% de antibiótico e antimicótico e 0,001% B-mercaptoetanol, onde foram cultivadas por 5 dias, até atingirem uma confluência de 50%. No 6º dia de cultivo, 24 horas antes da suplementação, o meio de cultivo foi substituído por meio sem SFB. No 7º dia, ao meio sem SFB foram adicionados os tratamentos com CLA ou OA. Amostras de meio de cultivo foram coletadas 48 e 72 horas após a adição de OA e 0, 24, 48 e 72 horas após a adição de CLA, acondicionadas em microtubos e armazenadas a -80oC para posterior análise das prostaglandinas por ELISA. Para cada ácido graxo foram realizadas 5 repetições, onde em cada repetição foi utilizado 1 poço/tratamento/para cada tempo avaliado. A análise estatística foi feita pelo PROC MIXED do SAS considerando efeito de concentração (tratamento) e o efeito randômico da repetição cultivada. Meios de cultivo de CT-1 suplementados com OA na concentração de 1000 μM por 72 horas apresentaram redução da síntese de PGF2α e aumento da síntese de PGE2 não tendo alterado a razão PGE2/PGF2α, determinando um efeito dose-resposta. Meios de cultivo de CT-1 suplementados com CLA por 72 horas, em todas as doses testadas, apresentaram redução da síntese de PGF2α e PGE2 e aumento da razão PGE2/PGF2α. Conclui-se que as suplementações utilizadas confirmam parcialmente a hipótese, enquanto o OA na concentração de 1000 μM aumenta a síntese de PGE2 e diminui a síntese de PGF2α, o CLA aumenta a razão PGE2/PGF2α em todas as concentrações testadas.