Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Garrido, Geisa Orlandini Cabiceira [UNESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/152243
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Resumo: |
A presente pesquisa foi desenvolvida junto ao Programa de Pós-Graduação em Educação da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Estadual Paulista, câmpus de Presidente Prudente, estado de São Paulo, estando vinculada à linha de pesquisa ―Desenvolvimento Humano, Diferença e Valores‖. Tratou-se de uma investigação de caráter qualitativo, por meio de um estudo de caso realizado com crianças na faixa etária entre quatro e cinco anos, de uma instituição pública de Educação Infantil e dos anos iniciais do Ensino Fundamental, localizada no município de Presidente Epitácio, no estado de São Paulo. Apresentou como objeto de estudo as perspectivas de crianças pré-escolares acerca da sexualidade e relações de gênero. Destacou-se como objetivo geral: analisar a constituição de significados relativos a gênero e sexualidade segundo perspectivas de crianças entre 4 e 5 anos de idade no contexto de uma instituição de Educação Infantil. Como objetivos específicos, destacou-se: averiguar como as culturas infantis se fazem presentes nas concepções relativas a gênero e sexualidade manifestadas pelas crianças; investigar como as interações das crianças com os(as) adultos(as), expressas em seus relatos, participam e intervêm na constituição de suas perspectivas sobre gênero e sexualidade; conhecer os significados que as crianças atribuem às relações de gênero e à sexualidade, considerando os contextos espacial e organizativo da instituição de Educação Infantil. A investigação apoiou-se na perspectiva dos estudos sociológicos e da antropologia social e cultural, com ênfase na teoria dos roteiros sexuais desenvolvida por Gagnon e no viés interpretativo proposto pela Sociologia da Infância, que concebe as crianças como atores sociais e (re)produtoras de culturas. As técnicas empregadas foram: entrevistas abertas e semiestruturadas com as crianças, utilizando-se de dinâmicas, de brincadeiras e de contação de história; observação participante nos diferentes tempos e espaços escolares; diário de campo e análise dos artefatos sociais e culturais presentes na instituição. A geração dos dados apontou a existência de processos diferenciados de socialização de meninos e meninas e a apropriação de roteiros coercitivos de gênero e sexuais pelas crianças. Evidenciaram-se momentos em que as crianças romperam com valores reprodutores da dicotomia de gênero, ―produzindo as suas próprias culturas‖. Os resultados das análises também foram obtidos por associações entre os signos relacionados ao corpo pelas crianças e a cultura erótica brasileira. Entretanto, constatei que a apreensão que elas fazem de valores sociais e culturais acerca do corpo e de seus prazeres, não são apenas a reprodução da cultura mais ampla, uma vez que as suas experiências são constituídas a partir de uma relação dinâmica entre a cultura, as interações sociais vividas em contextos particulares e a atividade intrapsíquica. A partir dessa conjectura destacou-se a importância da instituição escolar, enquanto espaço com finalidades educacionais humanizadoras, na coparticipação da construção de roteiros que auxiliem as crianças em suas reflexões e em suas condutas para que questionem e rompam com os padrões sociais normativos e coercitivos que segregam, hierarquizam, excluem, categorizam e reforçam as desigualdades entre os sujeitos. |